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...de dedicação e labor a algo em que se acredita piamente! Neste caso a paixão chama-se música clássica e, Domingos António já não carece de provar as suas infindáveis virtudes!!
Estudou em Moscovo, no Conservatório Tchaikovsky, gravou o disco "Quadros de Várias Exposições" no histórico e reputado estúdio Nº 1 - Abbey Road e, para além de tocar em grandes eventos musicais em Portugal, dá igualmente concertos na Ucrânia, Rússia e EUA.
Outro bom valor a elogiar e acompanhar!!
Afinal temos gente boa de quem podemos e devemos falar!
Felizmente temos mais, mas como não têm histórias de vida rentáveis,não têm um quarto do mediatismo.
ResponderEliminarUm exemplo Miguel Borges Coelho: Nasceu em 1971 na cidade do Porto, começou os seus estudos com Amélia Vilar, mais tarde ingressa no Conservatório de Música do Porto, na classe de Isabel Rocha. Durante este periodo ganha vários prémios em concursos de piano.
Ganha uma bolsa de estudo da Fundação Gulbenkian e continua os seus estudos na Staatliche Hochschule fur Musik im Breisgau na Alemanha, onde completou o seu "Aufbaummsstudium" na class de Vitalij Margulis e na Escuela Superior de Musica Reina Sofia (Madrid) com Dimitri Bashkirov e Galina Egyazarova.
Estreou a Obra de Fernando Lopes Graça "Música festiva nº18 - Para os 18 anos de Miguel Borges Coelho" (ACARTE 1990),do compositor João Pedro Oliveira "In Memoriam Jorge Peixinho" (Casa Museu Verdades Faria, Cascais,1996), entre vários prémios nacionais e internacionais.
Mas não tem histórias de ter tocado numa tábua de madeira, etc, etc...
Felizmente no caso portugues, Miguel Borges Coelho não é um único, existe uma grande quantidade de bons pianistas portugueses espalhados pela Europa e Estados Unidos.
Domingos António é bom, mas não é o único ,é pena que o mostrem como tal,e não fazendo parte da óptima geração de pianistas a que pertence.
Mas assim está o nosso jornalismo...
Ainda sobre Domingos António, aqui fica mais um testemunho de alguém que percebe bem mais de crítica musical que eu:
ResponderEliminar"A crítica musical tem primado por uma notável diminuição de importância e de prestígio nos jornais e televisão (onde quase nunca entrou) que acompanha também o declínio da música dita "clássica" nestes meios de comunicação.
O espaço dedicado ao assunto é cada vez menor e jornalistas não especializados vão tomando conta de assuntos para os quais não têm a menor preparação ou vocação.
Vem este assunto à baila a propósito do que parecem ser mais fretes do que uma crítica séria e profunda a um disco recente de Domingos António. O pianista com alguma dedicação de alguns amigos e própria, tem tido apoios e uma divulgação institucional na televisão, rádios e imprensa escrita ao contrário de músicos com nível muito superior e um trabalho profundo de amadurecimento. Não cito nomes pois não quero particularizar esta questão, mas quem se dedica a estudar o meio musical português ou a perder, ou ganhar, tempo a escutar os nossos intérpretes descobre que existem diversos exemplos entre os pianistas que são mais consistentes, mais maduros, com melhor técnica, do que o jovem António que nem se pode sequer dizer que tenha terminado os estudos ou que seja um pianista de concerto.
Além de ter escutado Domingos António duas vezes em concerto veio-me parar às mãos o CD do mesmo jovem. Devo dizer que já fiquei de cabelos em pé anteriormente, de modo que não foi surpresa a má qualidade interpretativa e a percepção do longo caminho que Domingos António terá de percorrer para se tornar num pianista de nível elevado, ou mesmo de nível médio. É jovem, deve estudar, deve procurar mestres que lhe aproveitem o fulgor e lhe transformem a trapalhada de notas num tecido coerente e meditado. Cultura musical é necessária, a intuição pode existir mas criticar Domingos António ao mesmo plano de grandes intérpretes é credibilizar uma opção errada e contribuir para destruir uma personalidade e um talento que pode ser promissor mas que não é nenhuma certeza neste momento.
Ver Eurico Monchique no Público, um jornal que reputo de sério, a credibilizar Domingos António é uma vergonha para o jornal, para o jornalista e um atestado de incompetência ao mesmo Monchique na área da música clássica. Ou será que Augusto Manuel Seabra, Cristina Fernandes, Teresa Cascudo (estas últimas docentes universitárias sendo a última doutorada em Fernando Lopes Graça) e outros nomes de peso do jornal não se prestaram ao frete?
Outra "crítica" que pude ler a Domingos António foi no Expresso, Vanda de Sá, que respeito, analisa o disco a página inteira quando trabalhos de altíssimo nível quer nacionais quer internacionais não saem dos quadradinhos de 1200 caracteres! É certo que Sá aponta reservas ao trabalho de António mas caramba, aquilo não merece uma página, é uma tentativa de credibilização de Domingos António desmesurada e descarada. Não há vergonha? Será que a crítica musical portuguesa desceu tão baixo que até o Expresso dedica uma página inteira de "crítica", no meu entender impossível e desproporcionada face ao contexto português e ao habitual padrão do mesmo jornal. Uma crítica comparável em tamanho (maior até) e destaque aos discos novos da Cecilia Bartoli quando um Tristan de Papano, com Domingo e Stemme, não merece um destaque que é dado a Domingos António. Onde é que paramos de descer?
O mérito cabe à equipa que está por detrás de António e que até pode ser bem intencionada, não percebendo os efeitos funestos que esta mediatização pode ter para o rapaz e para o tecido musical português. Não importa que se toque bem, parece ser a moral, o que interessa é ser desgraçadinho, mas um desgraçadinho que seja um bom negócio; uma mensagem que não se pode deixar de retirar disto tudo.
Desgraçadinho também é quem não consegue fazer uma triagem e não tem mecanismos preventivos da mera propaganda em lugar da crítica fundada. Um jornal, uma direcção, uma edição de cultura, que atira para um qualquer Monchique a tarefa ingrata do elogiar o "desgraçadinho", através de um perfil que não foi feito a Artur Pizarro e outros, porque vende, ou para cima de Vanda de Sá a "tarefa" de criticar Domingos António, sabendo da brandura da musicóloga, está a vilipendiar o público e a prestar um mau serviço. Distorcendo a realidade desta forma o público português vai perdendo a noção da qualidade real de uma interpretação.
A ausência de crítica é um sintoma da ausência de cultura."
HS in http://criticomusical.blogspot.com/