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terça-feira, novembro 10, 2009

Cinema, cultura de massas?

Sendo o cinema considerado como um elemento da chamada cultura de massas, pergunto, porque entende a CME que esse tipo de entretenimento/lazer pode ser visto como uma cultura de elites? Bem sei que os preços de hoje, numa sociedade já mais depauperada financeiramente, são praticamente proibitivos, no entanto, deveria existir uma verdadeira liberdade de escolha para os apreciadores da chamada 7ª arte, em Évora. Neste momento, esta cidade Património da Humanidade e muitas vezes associada não apenas ao Património num sentido estricto, mas numa perpectiva mais lata, à Cultura, presta-se ao embaraço de ter apenas uma sala de cinema quando, antigamente, já as saudosas salas Alfa do Eborim, clamavam por outro local mais digno e com mais salas para exibição. Numa cidade com perto de 50 mil habitantes e com cerca de 8 mil estudantes universitários, torna-se indigna a inércia da Câmara Municipal de Évora para alterar a dura realidade, ou pelo menos é manifestamente pouco o que tem feito, se é que algo tem empreendido neste sentido. Hoje em dia, qualquer cidadão residente em Évora apenas pode ter uma verdadeira selecção cinematográfica, no Montijo ou em Alcochete, com um amplo leque de selecção de películas, como também com reconhecida qualidade das suas salas. É lamentável!! Pergunto sinceramente se o Partido Socialista de Évora não será uma ovelha tresmalhada do Socialismo Empírico, reconhecido pela sua condição de trazer às massas o que apenas chega às elites?

2 comentários:

  1. Caro Frederico, como sabes as duas únicas salas de cinema comercial de Évora fecharam devido ao encerramento do centro comercial Eborim. Contudo e por iniciativa da Câmara foi encontrada como alternativa temporária a utilização do auditório Soror Mariana, fruto de uma parceria com a Sociedade Joaquim António de Aguiar e a Universidade de Évora. O espaço, com cerca de 100 lugares, teve obras de adaptação financiadas pela própria CME. Apesar de provisória, esta solução tem cumprido o objectivo que é a não interrupção da projecção de cinema em Évora e vai funcionar até à construção de um novo centro comercial, que está previsto para a zona das Portas de Avis, na periferia da cidade, resultado das sugestões do estudo de impacte encomendado externamente. A construção está dependente da aprovação do Plano de Pormenor dos Leões. O executivo do PS é constituído por 3 elementos. Acresce um vereador do PSD e três do PCP. Com maioria relativa o PS conta com a razoabilidade do vereador do PSD para que o dito Plano de Pormenor dos Leões seja aprovado. Neste momento é o ponto da situação. Se o Plano for aprovado, como defende o PS, estão reúnidas todas as condições para que se inicie a contrução de um Centro Comercial Regional, que terá salas de cinema condignas.
    Um abraço.

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  2. Caro amigo,

    Como já te tinha dito noutra ocasião, as responsabilidades da Câmara Municipal relativamente a um serviço que é, gerido na sua esmagadora maioria pela iniciativa privada, visto ter objectivos comerciais, não são directas. No entanto, seria quase um imperativo moral (não legal) que a autarquia viabilizasse a continuidade desta infra-estrutura na cidade. Acresce a esta premissa, que essa continuidade fosse seguida de qualidade mínima do serviço prestado. Tenho então alguns pontos a elencar:
    1º - Julgo ser da Caixa Geral de Depósitos o edifício do Eborim onde estavam localizados os cinenmas Alfa. Não soube a autarquia eborense antecipadamente da pretensão da CGD em vender/arrendar o espaço para outra actividade que não aquela que existia à data dos cinemas? Não poderia a autarquia tentar encetar alguma parceria com a CGD para a manutenção do espaço transitoriamente até que se encontrasse uma solução definitiva?
    2º - Não encontrou a autarquia outras entidades receptivas para acolher este serviço de forma mais digna e exposta?
    3º - A solução encontrada não põe a nu outra pecha da CME subjacente à inexistência de um auditório municipal, que neste caso, poderia perfeitamente suprir as dificuldades encontradas nesta problemática?
    4º - Cinema também é Cultura. E sendo Évora Património da Humanidade pela UNESCO, não o deveria ser apenas pelo Urbanismo e Arquitectura, mas deveria pois acrescentar mais-valias para esse epíteto, nomeadamente em aspectos ligados à actividade cultural aqui desenvolvida. A redução de 2 salas para 1 e com menor capacidade e qualidade para visionamento de películas, é um contra-ponto ao acima referido!!
    5º - Depois deste desenlace pergunto se, mesmo com Centro Comercial em Évora, quererá a Zon Lusomundo reentrar no mercado eborense na área dos audiovisuais (cinema)?
    6º - Por último pergunto, em tom de ironia, por quanto tempo mais teremos que nos dirigir a Alcochete ou Montijo para ver uma boa selecção cinematográfica? Naturalmente que apenas gostaria de saber quanto tempo mais vamos ficar sem cinema em Évora...
    Um abraço e desde já os meus sinceros agradecimentos pelos teus sempre deligentes e atenciosos esclarecimentos,
    Frederico

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