Esta notícia é triste e desoladora para a cidade de Évora porque se adia o reforço da oferta cultural museológica para o turismo da cidade e porque se adia uma solução para um histórico e grandioso edifício como é o Convento de São Bento de Castris, no presente momento absolutamente ao abandono, após índevida apropriação para fins pouco claros e também de ter sido pilhado de quase todo o seu recheio. Seria uma boa oportunidade de valorizar um espaço votado ao maior ostracismo possível.
É igualmente uma má notícia para a Cultura Nacional, pois não se consegue dar a nobreza merecida a um museu que tem uma belissíma colecção temática associada à actividade musical e, por vias de estar sediado num espaço bastante limitado do ponto de vista físico e numa cidade com uma variada e rica oferta museológica, fica sempre deveras subvalorizado e com um conhecimento do público em geral muito abaixo do que seria expectável.
Por fim é uma lastimosa notícia para o país e, consequentemente para o actual Governo, porque se adia na coragem e na respectiva inversão dos pressupostos actuais das políticas de ordenamento do território e da divisão administrativa. Este seria sem dúvida alguma, um exemplo da coragem e do combate à centralização dos serviços públicos e à sua tendencial litoralização. Se formos sempre ao sabor da corrente, torna-se irreversível a desertificação do interior, pois os serviços públicos, muitas vezes trazem emprego, estimulam as economias locais e fixam empresas. O contrário provoca uma sangria de empregos, de vitalidade e, sobretudo de esperança pelas populações interiores.
Hoje fiquei triste por esta notícia, tal como fique desiludido pela argumentação do costume empregue por quem é responsável pela decisão.
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