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sexta-feira, janeiro 12, 2007

Rita Ferro diz Não ao Aborto!

«Estou cansada desta visão santificada que se faz a respeito de todas as mães. Há mães extraordinárias e outras ignóbeis. Dizer que nenhuma faz abortos com ligeireza é uma asneira crassa, que demonstra desconhecimento da humanidade...não recordo o caso de uma única mãe que tenha cumprido pena... agora pretende-se a liberalização total até aos dois meses e meio de gravidez - estando a criança integralmente formada - por opção exclusiva da mulher, ou seja, ignorando por completo o papel do pai e sendo fianciado em hospitais públicos ou clínicas privadas com o dinheiro dos ocntribuintes.»
Excertos de uma entrevista realizada pelo semanário "Sol" à escritora Rita Ferro, publicada no passado dia 23-12-2006.

9 comentários:

  1. A senhora em questão não se recordar de nenhum caso de uma mulher presa por aborto não prova que não os haja.
    Quanto à decisão do aborto depender só da mulher deve-se a ser um procedimento médico no corpo da mulher, não do homem.
    Finalmente quanto a os contribuintes pagarem abortos, essa não é a questão do referendo (que é só despenalizar ou não, não é quem paga).

    Jaime
    www.blog.jaimegaspar.com

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  2. Mas houve ou há casos desses? É que para se falar em mulheres na prisão, devemos saber se alguma foi condenada a tal!! Caso ocntrário toda a campanha do PS, BE e PCP é inegavelmente falaciosa e demagógica.
    Na questão do procedimento entendo a questão meramente física, mas esta problemática é muito mais lata que isso! Muito sinceramente, julgo ter o direito de me manifestar e indignar quando o Estado me pede que seja um cidadão exemplar e pague os meus impostos e depois este permite que os mesmos sejam destinados para salários chorudos, reformas exorbitantes da classe política, ... Ou seja, o Estado quando quer pedir esforço suplementar ao contribuinte, deve elucidá-lo sobre o porquê e o para quê! Ou não temos esse direito?
    Saudações

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  3. Caro Frederico

    «A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.»

    Não sou eu quem o diz é o Artigo 140º do Código Penal, assumir que existem casos de mulheres em Portugal que chegam a tribunal mas que efectivamente não são julgadas- por se olhar de forma condescendente para o lado-, e querer que, a bem dos bons costumes, tudo permaneça como esta é que é inegavelmente demagógico. Presumo que esteja contra a aplicação de penas de prisão efectivas a estas mulheres...não? Então porque defender a continuidade da lei nos actuais moldes?
    Já agora o Estado está a informa-lo acerca do destino dos seus impostos, mais: está a pedir que vote de forma favorável, ou não, acerca do mesmo...
    De um lado:
    Será esse dinheiro melhor empregue em tribunais para julgar mulheres suspeitas da prática de aborto, ou então nos hospitais públicos para tratar os casos em que surgem complicações após um aborto mal feito?
    Do outro:
    Será esse dinheiro melhor empregue ao facultar às mulheres um conjunto de informações e alternativas ao aborto através dos gabinetes de planeamento familiar, e, em último caso, condições dignas para proceder ao aborto, e acompanhamento psicológico à posteriori?

    A escolha parece-me óbvia, mas isso sou eu...

    Quanto ao facto de a intervenção ser realizada por opção exclusiva da mulher, repito o comentário anterior, é uma intervenção realizada no corpo da mulher, e por muito que custe a muita gente trata-se de uma questão essencialmente feminina.

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  4. Caro André:
    Já que este a oportunidade de me presentear com um exemplo concreto, permita-me fazer o mesmo:

    Artigo 296º[do Código Penal]
    Exploração de menor na mendicidade
    Quem explorar menor de 16 anos ou pessoa psiquicamente incapaz, utilizando-o para mendigar, é
    punido com pena de prisão até 3 anos.
    Pois é!! Não sei se sabia, mas este delito, menor ou não, permite que uma pessoa seja condenada a uma pena máxima de 3 anos. Se não conhece nenhum caso em que uma pessoa acusada deste delito tenha sido condenada a uma pena de prisão efectiva, julgo que também gostasse que a mesma fosse alterada, sob pena de estar a ser ocnvivente com um código penal hipócrita, demagógico e inaplicável! Ou acha que o que está em causa é a matéria de facto em abstracto e não tanto as atenuantes que a mesma possa ter? Aqui, possivelmente um juíz não condenou nenhuma pessoa tendo em conta a natureza da sua condição social, das suas dificuldades económicas e quiçá físicas. Ou seja existiram um conjunto de factores que levaram que o juíz anuisse na pena do réu! O facto de ter anuído nao significa que o mesmo não tenha cometido um crime e que o mesmo não tenha que ver esse mesmo erro censurado, seja com uma coima, seja com trabalho ocmunitário, seja com apoio médico, dependento das suas conclusões. Realmente não vi nenhuma mulher presa por este delito e, observar em painéis de campanha do SIM, a frase "abstenção para manter a prisão", parece-me, no mínimo injusto. Não sefve isto para manter a aparência, mas sim para tentar enformar uma sociedade. Não há dúvidas, me parece, que a atribuição de uma pena ou não, influencia a sociedade no juízo que faz de um acto. Ele é moralmente censurável se for penalizado por lei. Caso contrário pode não ser. E o aborto não sendo penalizado por lei, levará consequentemente à desculpabilização do acto, banalizando-o(vidé dados do EUROSTAT nos países europeus onde o mesmo foi depsenalizado].E havendo uma vida humana que depende desta mesma banalização/ atitude, o que lhe parece sensato que façamos( pois ao contrário de 1998, os movimentos e partidos políticos que defendem o SIM não discutem sequer a natureza do feto, concluido que este também é vida)? Depois de tudo o que disse(desculpe a extensão das palavras), como acha que o Estado(enqaunto garante de um estado de direito) se deve comportar em relação à tentativa de eliminação de uma vida humana, quando as duas são poupáveis?
    Uma cordial saudação para si André!
    E já agora, tenha presente que para existirem tantos argumentos, movimentos e pessoas de ambas as partes, é porque no mínimo, merecem as duas os mesmo respeito e consideração pelo que defendem!! Ao contrário do que tenho visto por algumas pessoas e movimentos que acusam as pessoas do NÃO de hipocrisia, demagogia e insensibilidade.

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  5. Eu vou votar Não, não tenho dúvidas agora como tive no último referendo, em que acabei por votar Não.Por muitos argumentos que o Sim tenha, não consigo votar a favor da morte.
    Aquilo que eu não entendo é como num pais cada vez mais envelhecido, a prioridade seja o referendo ao aborto e não politicas de apoio à natalidade, não consigo compreender isto.
    E se o não ganhar, como eu espero,daqui a 7 ou 8 anos vamos referendar outra vez? Porque as pessoas que nessa altura vão andar na faixa dos vinte e poucos não votaram também...e vai ser assim sempre que o PS estiver no poder, até o dia em que o Sim ganhar? Belo exemplo de democracia, sim senhor...

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  6. Hipocrisia, demagogia e insensibilidade?
    Dê uma vista de olhos ao post " Tu tens mãe? A minha matou-me...", de 15 de Janeiro, publicado pelo seu colega de blog Luís Tirapico Nunes no "Geraldo Sem Pavor". Não quero tomar uma parte pelo todo- ainda para mais uma pouco expressiva-, mas parece-me que se enquadra que nem uma luva nestes 3 adjectivos.
    http://geraldosempavor.blogspot.com/2007/01/tu-tens-me-minha-matou-me.html#comments
    (volto a dizer não estou a tomar uma parte pelo todo, nem tampouco a transferir para si as opiniões expressas no meu comentário)

    Já agora permita-me que transcreva uma parte do meu comentário para responder à sua questão:

    «...a questão subjacente é a de se poder impor, ou não, a opinião de uns sobre outros. Trata-se de uma questão fracturante da sociedade, moralmente complexa, que não deixa, obviamente, ninguém indiferente. Esta questão, não pode ser encarada de um prisma exclusivamente moral - a minha não é melhor que a tua, nem a tua melhor do que qualquer outra pessoa -, trata-se sim de uma questão política. E assim sendo o Estado não pode impor uma moral sobre uma questão que parte a sociedade ao meio. A Lei não pode ser contrária a tão grande percentagem da sociedade.

    O sim e o não, neste caso, não são simétricos:
    Ao escolher não, eu proíbo e criminalizo um acto, e um ou mais indivíduos; Ao escolher sim eu não proíbo nem obrigo à sua prática.

    Perante a dúvida os Estado tem de deixar ao cidadão a liberdade e responsabilidade de decidir.
    Assim sendo, o referendo - consigo estar de acordo contigo, sem ser do PCP - não seria forma de resolver o assunto, deveria ser o parlamento a resolver a questão. Sucede que perante as actuais circunstâncias é a única forma de legitimar a decisão.
    Eu pessoalmente, possuo muitas dúvidas acerca daquilo que se considera por vida humana, mas também não acho que as tuas certezas sejam mais ou menos válidas. Nem eu, nem ninguém, é defensor do aborto. Creio eu que qualquer pessoa relega para última instância a decisão de interromper a gravidez. Não, não sou um utópico, admito que possam existir casos em que se trivialize a questão, mas não são, nem nunca se tornarão expressivos no panorama geral - a ressalva "...em estabelecimento de saúde legalmente autorizado" está lá precisamente para que possa existir uma estratégia de âmbito nacional CONTRA o aborto, coisa que actualmente não existe.»

    Não me peça para comentar de forma exaustiva o exemplo da "Exploração de menor na mendicidade", levar-nos-ia a largas horas de discussão acerca das falhas do CP Português- e além disso não sou especialista na matéria. Deixe-me dizer apenas que as duas situações não são comparáveis- talvez o sejam no que aos trâmites legais actuais diz respeito, mas na essência não o são.
    Ambas as situações são, na minha perspectiva, falhas do Código Penal. Uma por a Lei estar mal feita, outra por ser (infelizmente) mal aplicada - isto é outra discussão.

    A Lei não serve para aconselhar: serve para ser aplicada.

    Quanto ao feto ser vida-parece-me óbvio que assim seja (possui uma matriz biológica), mas não é isso que está em causa.
    O que está em causa é saber se às 10 semanas de gestação essa vida é humana ou não- e é aqui que caso se complica. Todos temos, de forma legitima, uma opinião diferente acerca desta matéria, depende do prisma pelo qual se encara-mesmo entres os defensores do NÃO existem obviamente opiniões diferentes.Não existe moral melhor ou pior. O que nos diz a Biologia é distinto da Filosofia que é distinto da Religião.A fronteira é difusa. Existe no entanto algo em que todos, praticamente sem excepção, concordamos: A pena para alguém que comete aborto nunca será igual à de alguém que comete homicídio. Ou seja, assumimos todos que existem diferenças entre um feto e uma criança, quer as expliquemos ou não.

    A decisão acerca do meu sentido de voto no referendo ao aborto não é, acredite, tomada de ânimo leve. É sim corolário directo do que creio serem direitos inalienáveis do ser humano, e acerca do papel que o Estado e a Lei devem possuir sobre a forma pela qual a nossa sociedade se rege.
    Possuo todo o respeito pelos partidários do não- desde que se pautem por argumentos válidos-, mais, compreendo as suas preocupações e partilho algumas delas.

    Saudações

    mt: A democracia não se mede exclusivamente pelo número de actos eleitorais aos quais somos chamados, mede-se também pela possibilidade de optar fora deles.

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  7. Antes de mais o meu caro amigo Luís Tirapicos não necessita decerto, de advogados de defesa. Aliás, ele mesmo um advogado, não se fará rogado nesse papel! Quanto à dureza das imagens, elas, quer se goste ou não, representam uma consequência daquilo que estamos a tentar despenalizar. Apesar de ser algo muito chocante é um efeito directo da despenalização. O problema é que muita gente poderá ver nessa mesma imagem uma vida humana e isso, por ventura poderá inquinar muitos votos à priori tidos como certos no SIM. E isso mais que indignar os adeptos do SIM pelo choque,atingi-los-à possivelmente pelo temor que sentem do efeito e poder desta imagem sobre as pessoas.. Se quiser pode igualmente mostrar-me uma imagem de uma mãe que teve um filho em opção a abortar que eu, acredite sem hipocrisia, estaria desejoso de a ver! Esta seria, sem dúvida a outra face da moeda. Não uma mulher presa, pois ela não é consequência da LEI mas sim da atitude que tomou ao não defender-se das hipóteses que tinha à sua mercê.Ela teve muita hipóteses até permitir-se chegar a esta ponto! Chamar-lhe-ia jocosamente ponto de não retorno, pois aqui depara-se com uma vida. O André não sabe se é, ou não considera, é isso? É que para mim, num caso tão melindroso como este, em que se submete uma vida a tão feroz e incontornável julgamento temos de ter certezas para tão ínclita decisão! Permita-me um desabafo. Sinceramente se um médico me dissesse que até à data prevista no referendo o feto não é efectivamente vida, eu teria dissipado qualquer dúvida e não teria qualquer problema de consciência em votar sim no referendo. Enquanto existirem dúvidas não o poderei fazer, muito menos quando me parece já consensual o grau de desenvolvimento e de maturidade que tal ser tivera atingido.
    Insisto nas palavras HIPOCRISIA, DEMAGOGIA e INSENSIBILIDADE sabe porquê? Porque aquilo que o PCP, Bloco de Esquerda e tantos outros movimentos do SIM aludem sobre a criminalização das mulheres e as tão badaladas prisões não são consequência do tal artigo 140º do Código Penal. Portanto, a campanha que fazem extrapola a leitura correcta que se faz da aplicabilidade da lei. Ao contrário aquela imagem que está patente num artigo do Luís(apesar de ser um estilo muito próprio, pelo qual não sinto particulares simpatias)é fruto directo de uma acção abortiva de uma mulher. Então onde estão os demogogos?
    Diz mais à frente, vou citá-lo, «Ao escolher sim eu não proíbo nem obrigo à sua prática» mas a verdade é que abre uma pecha no código penal português ao permitir, por omissão( em muitos casos, como sabe decerto melhor que eu, este destituir-se da responsabilidade, pode imputar uma pessoa num crime)que uma vida seja ceifada.E aqui repito, isto porque no meu entender, este referendo permite que uma mulher opte por uma via que termina com uma vida, enquanto as duas poderiam ser poupadas.É a opção de uma mulher? Ela teve muitas tantas até chegar aqui e não as utilizou. É um direito da mulher face a outro: o direito à vida. Chegaríamos a um ponto em que discutiríamos qual deles deveria prevalecer!!Mas curiosamente julgo que este último tem prevalecido defronte os demais a nível mundial.Tudo isto na lógica de que o feto é vida. Para sim não é, como depreendo das suas palavras. Mas para mim existem dúvidas de que não o seja e isso determina tudo o resto. Compreendo a sua posição porque está tão convicto da natureza do ser que está dentro da barriga de uma mulher até às 10 semanas! Você tem uma certeza enquanto eu tenho muitas dúvidas e isso aqui, determina tudo e, por isso haverá sempe espaço para dignidade, respeito e compreensão para tão díspares opiniões nesta problemática!!
    Forte saudação!!
    Frederico Carvalho

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  8. Com todo o respeito tenho que te dizer Miguel que não compreendo algumas coisas que aqui, de forma bastante desenlegante proferiste:
    «Não quero que me respondas pq não quero que mintas. E responde-te uma pessoa que já foi alvo da mentira por ti!)» Se tens alguma coisa em particular para me dizer, que o faças no lugar próprio, da forma correcta!!Tens todos os meus contactos! Agora aqui, no meu espaço de opinião, enquanto discuto uma posição pessoal sobre aquilo em que acredito!! Não me parece correcto de tua parte! É que nem sequer sei do que falas, para me puder defender!!
    Também já vi que não respeitas quem tem uma opinião diferente da tua! As tuas convições é que regem tudo o resto, sem medires terceiros e suas opiniões:
    «Até lá, não se passa de meras estimativas.»
    «...Se assim for, deves-te opor à masturbação para não falar da ovulação perdida pois perdeu-se mais uma oportunidade de vida»
    «O "não" é hipócrita porque acredita numa sociedade sem aborto»
    «ASSUMAM ISSO!!»
    «é só argumentos errados.»
    «Já para não falar da igreja que "evangeliza" a cultura da ameaça à excumungação e que iguala a morte de Saddam à de um feto.»
    «taxa de Natalidade: Oh por amor de deus...sejam crediveis no que falam!!!»

    Tudo este teu discurso, parece-me bastante arrogante e estéril!! Julgo que assim não estás a contribuir para uma clarficação das opiniões, mas somente a tentar menorizar quem tem uma opinião diferente da tua, apenas porque não é a tua! Os apoiantes do SIM farão esse mesmo juízo, daquilo que tens dito e feito em sua defesa!
    Não irei discutir mais contigo neste blogue, porque infelizmente foste desleal, injusto e cobarde ao vires para aqui aproveitares-te do reconhecimento e consideração que tinha por ti para me ofenderes e acusares de coisas que nem faço a menos ideia do que se trata. Esperava sinceramente outra postura de ti! Mas como se costuma dizer, os actos ficam para quem os praticam.

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