EU NÃO QUERO ESTA POLÍTICA NEM ESTE MINISTRO DA AGRICULTURA!!
Se eu pudesse “modular” relativamente a este governo, Jaime Silva, esta “espécie de
Ministro da Agricultura” seria também “modulado” não em 20 mas em 100% da sua
(in)capacidade de intervenção na agricultura portuguesa e no Mundo Rural!!
O anúncio para 2008 da modulação voluntária que, sem qualquer critério que não seja a
forma desta “espécie de ministro da agricultura” uma vez mais “investir” contra uma classe
que vamos lá saber porquê insiste em provocar, permite reduzir 20% nas ajudas directas
aos agricultores, poderá ser o golpe final na sustentabilidade económica, ambiental, social e
cultural de extensas áreas do território com a agravante de serem as mais sensíveis face às
suas características específicas de natureza geográfica e estrutural.
Penalizar arbitrariamente com o abaixamento dos seus rendimentos, estruturas produtivas
já altamente penalizadas (independentemente da sua dimensão), pelo impacto negativo da
aplicação de medidas por vezes totalmente desajustadas parece-nos contraproducente, e só
contribuirá seguramente para provocar um maior estrangulamento nessas explorações, com
reflexos negativos imediatos no Mundo Rural que, a não existir… não poderá ter
desenvolvimento.
Tentar “vitimar” publicamente agricultores pelo “crime” de em função da PAC, da
estrutura das suas explorações e das actividades nelas mantidas, receberem ajudas (que
naturalmente dinamizam a economia), superiores a outros agricultores é uma falsa forma de
abordagem da questão, é demagógico e…já repugna até! Se adoptássemos o baixo estilo
do ministro, por analogia já o teríamos “crucificado” só porque o orçamento da UE atribui
montantes para a agricultura a Portugal, incomparavelmente inferiores à França, Alemanha
ou Reino Unido, o que não quer dizer que ele não tenha já feito mais do que o suficiente
para merecer tal castigo mas… por outras razões! Só por ignorância ou por má fé se pode
crer ou tentar fazer crer junto da opinião pública, que os Agricultores estão todos de perna
trocada esperando que passe um Pai Natal com critérios duvidosos e distribua as ajudas
conforme a cor dos olhos de cada um…
Esta “espécie de ministro da agricultura” e o governo ao qual pertence não personificam
de facto a figura de Robin dos Bosques (alguns encontram para o “Príncipe dos Ladrões”
paralelo na figura portuguesa de Zé do Telhado…), tal como o Mundo Rural que todos os
dias prejudicam, não tem semelhanças com a floresta de Sherwood… No entanto, se Jaime
Silva tivesse interiorizado o mais nobre do espírito de Robin dos Bosques, lutaria até à
exaustão no seio da União Europeia pelos fundos entendidos como necessários para
satisfazer o seu enviesado conceito de “justiça social” no Mundo Rural em Portugal, sem
que para isso tivesse necessidade de prejudicar ou tornar mesmo inviáveis, uma parte
significativa de empresas agrícolas activas e assim importantes para a sustentabilidade
económica ambiental, social e cultural de uma parte significativa do território nacional.
Temo neste momento que mais uma redução de 20% nas ajudas directas à minha exploração
agro-pecuária venha a impedir a continuidade da minha actividade como agricultor por se
sobrepor à minha vontade, à minha formação técnico-científica, ao enorme prazer que tenho
em ser agricultor e à dose de cultura e tradição rural que possuo. Apelarei no entanto a todas
as minhas forças e a todos os meus recursos para continuar na actividade que desde muito
novo comecei a desenvolver, determinado em lutar pela minha condição de agricultor,
pelo sector activo que a agricultura representa, pela região a que pertenço e sobretudo por
não me deixar “aculturar” por conceitos bizarros…Contra a vontade desta “espécie de
ministro da agricultura” e dos restantes “Socráticos”, continuarei a tentar manter as
actividades produtivas na minha exploração. Continuarei a fazer consumir parafusos,
gasóleo, sementes, fertilizantes, herbicidas, ajudando a dinamizar a economia e assegurarei
assim os postos de trabalho a chefes de família que desta forma continuarão dignamente
activos no tecido social, não contribuindo para aumentar a cada vez mais elevada taxa de
desemprego. O espaço físico no qual faço agricultura encontra-se com um ordenamento
cultural coerente e para além de produzir bens de consumo para a alimentação humana e
animal apresenta uma vertente de conservacionismo e biodiversidade que contribui para
a sustentabilidade do meio rural no qual se insere. Este é o meu contributo para o Mundo
Rural em particular e para o País em geral, sabendo desde já que como contrapartida, conto
com impostos aumentados, as ajudas reduzidas e pior, terei que continuar não sei quanto
tempo ainda, a aturar autênticos “maduros” apresentando-se como ministros e a tratarem-me
como autêntico parasita e fora-de- lei.
Lutarei até à exaustão para denunciar publicamente a incompetência técnica desta
“espécie de ministro da agricultura” e consequentemente do seu Ministério e toda a má
fé, ódio, arrogância e provocação concentradas na pessoa de Jaime Silva, sempre na
esperança que este desapareça da “cena” antes que o Mundo Rural e os seus agentes se
vejam irreversivelmente perdidos.
Tentarei assim, não cair na tentação de, com o mercado da terra em alta, alienar património
e receber em malões de notas “comme il faut”, mais valias que não consigo nas minhas
actividades produtivas nem mesmo que esta “espécie de ministro da agricultura” seja a curto
prazo “exportado” para bem longe, venha a proposta de “agricultores espanhóis
competitivos” (arremesso em tom intolerável por provocatório do ministro Jaime Silva ao
telefone), agora ainda mais pois não serão modulados, ou de grupos liderados por qualquer
“Comendador” (da cortiça, dos “resorts”, do golfe, etc.), para quem esta desastrada política
parece ter sido arranjada de propósito por este governo.
Seguindo o ditado que diz que “Pimenta no cú dos outros, para mim é refresco”, Jaime
Silva que pouco tem que ver com o Mundo Rural (a avaliar pela forma como nele
intervém), não vai incomodar-se mesmo nada com as preocupações aqui expressas, nem
com a perda de actividade das sensíveis economias das regiões rurais quando mais tarde
regressar a Bruxelas (sua região de “origem”), com a posição melhorada em resultado das
promoções que recebeu enquanto semeava incompetência e insustentabilidade no Mundo
Rural em Portugal, onde tentará reabilitar (?) a sua imagem de “marido da Jaqueline” forma
como anedoticamente era (des)conhecido antes da sua “missão de serviço” no governo
português.
Poderia perfeitamente fundamentar toda a argumentação aqui deixada, com suporte de
natureza técnica que facilmente comprovasse a perda de viabilidade económica de uma
grande parte das explorações devido às inexplicáveis medidas no âmbito da política agrícola
(ou melhor da falta desta…) e a repercussão deste facto nas regiões e no país… Poderia
também argumentar tecnicamente, a importância estrutural para os actuais sistemas, das
práticas agrícolas conservacionistas e o seu impacto ambiental e social, o sequestro de
carbono e a importância de algumas actividades e modos de produção como as
culturas arvenses destinadas à obtenção de energia, tudo reforçando a importância da
actividade agrícola para toda a comunidade… Não vale a pena! Tudo isto é por demais
evidente e só necessitará em sede própria de ser preparado e correctamente apresentado para
uma correcta informação da comunidade em geral desmistificando de uma vez por todas o
discurso “mentiroso”, demagógico e inflamatório de Jaime Silva. No “clã” do governo, a
incapacidade na análise e entendimento do sistema é confrangedora e explica a incoerência
técnica das medidas que associada à carga ideológica de veia marcadamente socializante (na
sua versão mais ortodoxa) concentrada na figura desta “espécie de ministro”, ajuda ao seu
ressabiamento, arrogância e ar provocador a produzir quadros de autêntico surrealismo cuja
existência por anormal, é estranhíssima.
Não descansarei enquanto esta “espécie de Ministro” não deixar de ser!
Estou enojado!
Estamos perante uma autêntica “Reforma Agrária” que utilizando outros métodos pode
vir no entanto a ter resultados mais perniciosos para o sector que a vivida nos idos tempos
do PREC. Não se limita à destruição do aparelho produtivo… É mais abrangente
desmantelando e a desorganizando uma série de estruturas e serviços de importância
para a agricultura portuguesa, e com base numa lista de “excedentários” de critérios no
mínimo estranhos e intenso cheiro a saneamento que não inclui Jaime Silva, “chuta” de
forma inqualificável cerca de 30% dos funcionários do MADRP esvaziando parte
significativa da sua capacidade de intervenção na agricultura do país, sem que
qualquer reforma se adivinhe.
Manifesto assim uma vez mais, o meu sentir de agricultor face à escalada hostil desta
“espécie de Ministro da Agricultura” para com os agricultores em especial e para com o
Mundo Rural e o país em geral. Não aguento mais a incompetência de natureza técnica
que possui, a elevada dose de falta de sensibilidade e de capacidade de entendimento do
Mundo Rural que o desnorteia e não menos grave, o ressabiamento, a deformação e o
depravado espírito”terrorista” contra um elevado número de agricultores cuja existência
tenta a todo o custo (sobretudo à custa da sustentabilidade de algumas regiões rurais e do
país em geral e de malévola argumentação), pôr fim.
Integrei o grupo dos agricultores que espontânea e livremente estiveram presentes em
Portalegre na Visita Parlamentar da Subcomissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e
Pescas. Jaime Silva que tentou na Assembleia da República de forma apressada e
atabalhoada, branquear toda a sua incompetência em matéria de agricultura e meio rural com
a apresentação de um fastidioso e pifo documento (volume inversamente proporcional à
importância estrutural do seu conteúdo) pretensiosamente denominado de Plano Nacional de
Desenvolvimento Rural, foi por essas razões “obrigado” a apresentá-lo e a discuti-lo numa
região do interior... Abandonei a sala tal como a generalidade dos agricultores presentes
numa atitude de protesto e revolta contra esta política e contra esta “espécie de ministro”.
Ao contrário do que Jaime Silva de forma alarve e provocatória, inoportunamente
refere, não se tratou de uma “manifestaçãozinha” mas sim de uma indignação geral
perante o “ministrozinho” que nos obrigam a ter.
Goste Jaime Silva ou não, serei obrigado a “acompanhá-lo” até…ao FIM!!!
Abril de 2007
Ricardo Freixial, agricultor
rmc@uevora.pt
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