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sexta-feira, junho 01, 2007

«A malta é fixe! A ideologia que se lixe»

Poderia ser um tema em discussão aquando das lutas fraticidas e purgas políticas no PCP, até Jerónimo de Sousa ter feito vingar a ala ortodoxa do partido, mas infelizmente não é este o tema sobre o qual discorro seguidamente.
Deixo aqui então apontamentos à leitura que faço sobre a conjuntura actual do CDS:
1º - O CDS-PP vive uma realidade nova com a ascensão meteórica daquilo que, nunca ninguém ousou dizer: da "Ala Homossexual" do partido que se conota ou veícula regularmente com a tão propalada "Ala Liberal". Mutatis mutatis, diríam uns, eu diria que uma é a causa da outra.
2º - Esta tomada de poder não é inocente, nem única. Vive-se precisamente o mesmo junto da comunicação social portuguesa, sem prejuízo ou censura alguma, obviamente. O próprio Dr. Alberto João Jardim comentava esse facto recentemente.
3º - Ninguém tem culpa da sua condição social, individual e, neste caso sexual, nem tampouco deve senti-lo. Num partido as opções sexuais ,que se saibam são do âmbito pessoal e/ou particular. A questão desse mesma ala existir no seio de um partido conservador é que pode já causar alguns pruridos ou até algumas incompatibilidades. Isto porque perpasssa muito a ideia de que, num partido, que até à data se apresentava aos eleitores como conservador, cantando em bloco e uníssono contra a despenalização do aborto, intolerável contra a despenalização das drogas e pouco aberto a uniões de facto, bem como a adopções por casais homossexuais, ser liberal pressupõe também sê-lo socialmente e, por isso permitiria defender tais bandeiras. Não estou, londe disso, a dizer desta forma que o Dr. Adolfo Mesquita Nunes seria homossexual por ter defendido a despenalização do aborto, ou mesmo fazer idêntica alusão ao Dr. Pires de Lima por aceitar as uniões de facto enquanto democrata-cristão. O que concluio é que Democracia-Cristã vs este Liberalismo inédito são, na minha modesta opinião inconciliáveis. Seria como tentar juntar água com azeite!!
4º - O que se passou doravante foi uma tentativa de muitos liberais tentarem justificar (com algum sucesso e, evoco como exemplo a participação e alocução do Dr. Pires de Lima no último congresso do CDS-PP, com a criação das tendências políticas, com absoluto conhecimento e prévio beneplácito do Dr. Paulo Portas) a sua presença no seio de uma família conservadora e democrata-cristã numa versão ad-hoc, insinuando aos mais atentos as suas pseudo coerências em resistirem ficar. Melhor falando, já se pode ser homossexual no CDS, sem que isso resulte num ironia ou incongruência ideológica com a família política integrada.
5º - Também admito que este "assalto"também tenha outro propósito (sem prejuízo da clara intenção que já aflorei): abrir o partido às "massas". A ideia seria criar uma versão moderna da Social Democracia Portuguesa onde caberíam todas as tendências e sensibilidades e que, por mais que fossem uma autêntica manta de retalhos poderíam conviver pacificamente entre si.
6º -Os tempos modernos do CDS caminham a passos largos para a afirmação do título do artigo, «A malta é fixe! A ideologia que se lixe». O tempo urge e o partido, outrora conservador, passará a ter, num processo único, progessista e extravagante( vidé rocambulesca reeleição do Dr. Paulo Portas, sem que o Dr. Ribeiro e Castro, por exemplo, tenha sido sequer sujeito a qualquer eleição), uma alma nova com outras conotações.
7º - Conrad Adenauer, fundador da Democracia-Cristã no pós guerra de 45, tinha uma visão muito sui generis da sua dama. Também suponho que o Prof. Adriano Moreira, o falecido e saudoso Adelino Amaro da Costa e, até o Prof. Freitas do Amaral não pensassem ou pensem( no caso do Prof. Adriano) de acordo com estas novas tendências!!
8º - O PP de Espanha, nem na sua velocidade cruzeiro dos superávit económicos de Aznar arriscaria tamanha façanha, nem a CDU de Angela Merkel prevê mudar os seus cânones ideários.
9º - Chegou ( dou-o como facto consumado) um novo CDS que proximamente deverá também repensar a sua sigla. Mas este CDS que chega refundado, é um CDS que carrega, desde já, o ónus da derrota de Democracia-Cristã em Portugal, incapaz que foi de granjear outro eleitorado pela afirmação dos ideias da sua génese. Optou pela via mais fácil, diria eu. 10º -Ainda tinha esperança, enquanto ex-militante, de me reaproximar do verdadeiro CDS, no entanto a vitória do Dr. Paulo Portas, mas sobretudo os meios que o mesmo empregou para dispôr do poder, ou seja, para obter os seus fins ( que transformariam Maquiavel num petiz a seu lado), julgo que essa seja uma árdua tarefa, pouco viável ou exequível. A tenaz e dura luta dos arautos da "modernidade" no CDS, parece ter surtido efeito junto dos mais incautos e saudosos defensores do ideário conservador do CDS. 11º - Relembro aqui numa mensagem quase digna de epitáfio, o mítico PDC - Partido Democrata Cristão, um derrotado é certo( inclusivamente pelo velho CDS), mas uma verdadeira árvore da coerência política, nunca se afastando das suas densas raízes e morrendo de pé. 12º - Nem sempre a História dos Vencedores é o triunfo da justiça e da moralidade. Há sempre algo que fica por contar ....
Desculpem-me morosidade do texto e do sentimento, mas houve algo que me chocou profundamente enquanto cidadão português, mas sobretudo enquanto democrata-cristão ao presençear a morte desse modus vivendis no panorama político português.
São estes escritos, puros devaneios quiçá, de um rapaz de província, afastado do bulício das grandes cidades...

14 comentários:

  1. Permita que lhe diga que parte de uma premissa errada, que é a de aceitar que quem está à frente do CDS acredita no que diz....

    Não acreditam - acreditam sim que o que dizem dá votos. Basta ver a triste entrevista de Nobre Guedes no Expresso da semana passada - coisa mais estatista e mais socialista nem no actual PS se consegue encontrar...

    E quando se anda ao sabor do que dá votos, não há coerência nem valores....

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  2. Quem me dera que todos no CDS fossem como o Frederico. Por certo que seríamos um partido muito melhor.

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  3. Caro Fred,

    Não podia estar mais em desacordo. Para já nunca fui grande defensor da democracia cristã. Considero-me um conservador liberal (com o nosso caro e meu "primo" R.M. Rosado Fernandes só para te dar um exemplo alentejano). É aproveitável e útil a vertente social do cristianismo, mas não me parece adequado um partido político colado à doutrina social da Igreja. São coisas distintas para mim. A Deus o que é de Deus a César o que é de César.
    Como sabes o CDS/PP sempre acolheu no seu seio, ainda que informalmente, várias correntes político-ideológicas: Democratas cristãos, conservadores, liberais. Não é um mal em si, muito pelo contrário, um património ideário rico, a valorizar e também a institucionalizar. Essa confusão entre ala liberal e ala homossexual não faz qualquer sentido. O CDS/PP, com a sua riqueza ideológica, deve adaptar-se à novas realidades sociais e a elas dar respostas adequadas, sustentadas e sustentáveis baseadas no humanismo, pluralismo, na liberdade, na justiça social e na igualdade de oportunidades. É isto enterrar a ideologia? Nem pensar! Uma coisa é ideologia política outra são os dogmas meu caro Fred. E esses não fazem falta em política. São intoleráveis as discriminações tendo por fundamento a raça bem como a orientação sexual de um indíviduo. É tão cidadão como qualquer outro. É com base nesse pressuposto que o CDS/PP deve evoluir e ter uma posição clara e actualizada em relação a estas questões. Não limitar a liberdade individual e as opções sociais de um cidadão por ter uma orientação sexual diferente daquilo que se convencionou designar de normal. Não se trata de uma conspiração homossexual encapotada de ala liberal para fazer vingar as suas posições "corporativas". É uma visão incorrecta dos factos e da realidade política. Mais um vez reforço é uma questão de defesa da liberdade, da igualdade de oportunidades, de justiça social, de pluralismo e de humanismo, valores que devem pautar sempre a acção política de um partido como o CDS/PP. É também profundamente incorrecto e injusto comparar o que não é comparável como a questão da despenalização/liberalização do aborto, legalização do consumo de certas drogas, da prostituição por exemplo, com questões relacionadas com a orientação sexual. Umas atentam ao primado do valor da vida, outras à dignidade da pessoa humana. Misturar com estes problemas a questão da orientação sexual é uma injustiça social e também um erro político. É ser dogmático e não ter uma atitude política sólida e contemporânea. Não se trata de ser do campo ou da cidade, aliás essa distinção por fenómenos actuais bem nossos conhecidos está mais esbatida, para o bem e para o mal acrescento ainda.
    Este "post" já vai longo mas fica o essencial e estou disponível para este e para outros debates. Como a questão que abordaste do regresso de Paulo Portas à condução do CDS/PP. Seria preciso esperar pelas eleições de 2009 para assistirmos passivamente ao afundamento do partido? Julgo que não, algo teria de ser feito antes. Aquilo que foi considerado possível e mais útil neste momento foi, e bem, o regresso de Portas à liderança.

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  4. Caro amigo André!!
    Conservador liberal? O que é isso? Podiasser mais explícito! É um homossexual, por exemplo tradicionalista? Isto pode existir? Falo em abstracto, obviamente. Mas o que tu propões, à semelhança do Adolfo é a possibilidade de teres uma autêntica macedónia de sabores político-ideológicos. Isso sim, não faz qualquer sentido. Um partido nasceu com um fim e formas de o alcançar. Alterando a meio da jornada essas mesmas formas, de forma radical como se pretende agora fazer é um claro sinal, senão de arrogância de alguns dos seus conjures, pelo menos de insensibilidade para entender o partido no chamado tempo largo.
    Essa questão de tu dizeres que o CDS acolheu entre si várias correntes político-ideológicas, é no mínimo discutível. A Democracia Cristã nasceu muito depois do Liberalismo e, ao criar-se já assume o modelo capitalista como um mal menor entre males maiores, sendo que os tais princípios sociais da Igreja que ela adopta, são o travão aos excessos em que esta poderia incorrer. Não faz sentido existirem Liberais no sentido lato do que o conceito acarreta. Eu mesmo enquanto democra-ta cristão acredito que deve existir menos Estado, mas ter simultaneamente melhor Estado. Se verificares o artigo anterior a este, isso está bem patente na Declaração de Princípios e Estatutos do CDS. Tal como sou um abosluto defensor de livre iniciativa, por exemplo.
    Eu não discrimino a homosexualidade, aliás tenho bem mais amigos homossexuais do que um dia suporia ser verdade, e não é por isso que lastimo a sua amizade, naturalmente. O que se discute aqui não é isso, mas sim a tentativa de muitos liberais e homossexuais pretenderem ir de encontro a questões pessoais e de convicção, no mínimo susceptíveis de rebate, para terem paz de espírito ocm a sua ética ou coerência quotidiana.
    Podem existir sim até partidos liberais,que defendem tudo isso: despenalização de aborto, uniões de facto(que até não me chocam, pessoalmente), adopções entre casais homossexuais, despenalização das drogas... o que seja. Não vejo é algum sentido quando tu dizes que não aceitarmos isso é não querermos evoluir. Suponho que então, por esse prisma, também tu serias um convicto defensor da despenalização do aborto? Ou só falas em concreto da questão da homossexualidade?
    Deixa-me terminar dizendo que um partido democrata-cristão a ter que assumir como novos ventos e sinais de modernidade, tamanhas novidadades ideológicas na sua cartilha, teria antes sim, que se dissolver, pois os fins e os meios para o qual tivera sido criado, tinham sido profundamente alterados. Não faz sentido estamors aqui com paninhos quentes a discorrer vários pontos de vista, quando o que se propõe é um partido radicalmente novo.
    Um abraço
    Frederico

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  5. Sim conservador liberal. É perfeitamente possível e não é uma criação minha asseguro-te! Conservador no sentido da defesa de valores como a liberdade, as liberdades individuais, o personalismo, o valor da propriedade, da iniciativa privada mas reconhecendo a utilidade do Estado na regulação de certos equilíbrios no acesso à saúde, à educação, à ciência e à cultura, ao ambiente e ordenamento do território. Mais liberal em termos de muito menos Estado na Economia e Segurança Social, havendo mais liberdade de iniciativa, de opção e também de responsabilização, menor carga fiscal na actividade produtiva para o tecido empresarial ser mais dinâmico. Como vez perfeitamente comnpatível. Agora as orientações sexuais de cada um em nada estão relacionadas com a postura politico-ideológica! São esferas e planos completamente distintos. Não é nenhuma macedónia. É por um lado fazer essa distinção clara e por outro por uma questão de justeza social, de igualdade de oportunidades, por uma questão civilizacional até não limitar as opções individuais, a liberdade de de cada cidadão (que já sabemos que acaba onde começa a do outro) tendo por referência neste caso a sua orientação sexual, mas poderias dar um exmplo da raça. Por uma questão de ordem de prioridades, é mais importante que no plano da Lei haja menos Estado e mais liberdade individual ou que haja o mesmo Estado a impor restrições desta natureza à liberdade individual pelo simples facto de este ou aquele cidadão terem uma orientação social diferente da dita normalidade? No caso da prostituição, das drogas ou do aborto os problemas são de outra ordem edevem ser analizados em outro plano. Como já referi estão em causa o primado da vida ou a dignidade humana. Agora neste assunto está em causa a liberdade enquanto valor absoluto e cimeiro, as limitações impostas pelo Estado à liberdade individual com base em uma discriminiação assente na orientação sexual. Defender a continuidade disto para mim é não querer evoluir. Não é ser moderno a todo o custo, e daí ser conservador. É ter uma postura equilibrada, sensata e moderada perante este tema da actualidade. Não posso concordar que se diga não discrimino ninguém pela sua orientação sexual mas continuar a defender que a legislação em vigor o faça.

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  6. Caro André! obviamente que concordo com a 1º parte. Mas deixa-me realçar que falas em dois conceitos e eu falo em algo mais lato,enquanto ideologia: Democracia-Cristã. Eu na outra respostas tinha-te dito que um democrata-cristão admite esses dois ocnceitos como forma complementar entre si.
    Sobre a orientação social e sexual obviamente que há ligações indissociáveis entre esta e a postura político-ideológica reinante. Tu que também és de História, sabes perfeitamente onde as classes homossexuais se colocavam, desde mais tenro período de sua expressão, na ordem política. Sabes perfeitamente, e não podes negar que o PCP, que o BE e os seus antecedentes UDP, Política XXI e PSR tinham margem de manobra no sentido da coerência ideológica de puder albergar essas franjas da sociedade.Sabes perfeitmaente o que um partido ocnservador diz sobre essa questão.Não nega a realidade, mas discute a igualdade de direitos entre dois tipos de casais: hetero e homossexuais.
    Como pode um homossexual sentir-se então bem numa família político-ideológica que lhe enga direitos ou que pelo menos sente que os mesmos são algo muito sensível e consequentemente questionável?
    Como sabes também, possívelmente melhor que eu, pois levas bem mais anos de estudo em História que eu, as classes homossexuais e os seus grupos de trabalho político , víam-se sempre como manifestações progessitas e vanguardistas no sentido de alterar profundamente a realidade que vivem! Não é isso um choque civilizacional com o conservadorismo e com qualquer defesa à democracia-Cristã? É que até podia dizer que somos uma minoria a discernir e tecer ocnsiderações algo, no teu entender, conservadoras relativamente à restante família democrata-cristã europeia, mas sugiro que procures ver os outros exemplos que existem e verifica se temos assim tantas diferenças!!Espero retorno, pois é sempre um prazer discutir contigo!!
    Abraço

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  7. Pois é, meu amigo! EU, estou inteiramente de acordo contigo, e em principio estou mais à Esquerda que tu, DIZEM.....

    Não percebo estes novos conceitos, estas novas abrangências, principalmente num partido Democrata Cristão, que se devia pautar por principios muito mais sólidos, sem querer penetrar noutras "ALAS" e assim agradar a Gregos e Troianos!

    Modernices???

    Não, necessidades!!


    Tenho pena de não ter visto aqui nenhum comentário do nosso amigo "SOU QUEM SABES"...

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  8. Apenas são Fidelidades! Não se pode esperar outra coisa. Apenas custa ver que há uns tempos(anos)atrás, já ambos comentávamos aquilo que disse neste artigo.
    Paciência!

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  9. Boas Fred.

    Embora já tenha recebido este teu e-mail, com este texto à algum tempo, apenas hoje me apraz então comentar o dito e o comentado. Perdoem-me a minha ignorância, se é que é legítimo a mesma ser perdoada, mas afinal quem é então o homossexual, que traz tanta acesa discussão. Que se faça o que se tem de fazer, com a plena consciência que determinadas coisas não devem nem assomar a soleira da porta. Desde que quem o é não queira inverter a sobriedade dos vínculos de valores desde sempre defendidos pelo CDS, que o seja então; quer se assuma mais conservador ou mais liberal. Tenho de facto de concordar contigo que ou se é conservador ou se é liberal, não se pode ser conservador – liberal , nem liberal – conservador; o conservadorismo, e que me desculpe o Sr. André, e o liberalismo encontram-se em extremidades bem diferentes; mas isso não implica que a sua convivência não possa coexistir de forma pacífica, desde que entre o conservador e o liberal a sua base seja a mesma e apenas a divergência seja mínima.
    Se bem me faço entender, o que quero dizer é que, se por um lá existe quem dentro do CDS, possa ser homossexual, e que se identifique com os princípios base do partido, não pode nem deve querer transformar os mesmo só porque a sua condição não encaixa nesses princípios; ora no meu ver tem apenas 2 opções; por um lado acata a sua condição de membro da família CDS, sem querer ver-se reconhecido em nenhuma condição que não seja contemplada pelos valores do partido; ou então tem bom remédio muda-se ou criar um partido próprio.
    Mas mais importante que isso tudo é que, as bases do partido nunca sejam modificadas, só porque existe alguém que possa ter escolhas diferentes, mas que essas escolhas diferentes, não sejam motivo para que é CDS, o deixe de ser, tem de haver respeito uns pelos outros, e especialmente pelas suas escolhas particulares, porque o ser homossexual, ou não deve ser sempre uma escola pessoal e nunca uma escolha Partidária.

    Abraço Fred.
    Luís Bombico

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  10. Caro Luís:

    Não vens «...que sempre que um homem sonha

    o mundo pula e avança

    como bola colorida

    entre as mãos de uma criança.» António Gedeão

    Enquanto muitos pensarem assim, segundo um Eu muito próprio, sonegando o interesse comum, não deixam de ter essa esperança!
    O que tenho infelizmente visto grassar junto deste partido é mediocridade! Uns tomaram o gosto pelo poder e ambição, que agora não fazem nada mais que se alimentarem do pão das gentes, com o funcionalismo público das eternas nomeações políticas; outros aspiram a poder disfrutá-las através de oportunismos de cátedra e pseudo convicções liberais; uns ainda acham que as pessoas são tolas e acreditam nesta aberração de ala liberal no CDS,fazendo eco dessas mesmas em blogues e revistas "avant-guarde" pretenciosamente intelectuais; outros ainda, uma minoria acreditam mesmo nesta compatibilidade, sem complexos ou problemas ético-morais pessoais, esquecendo-se porém que já existe em Portugal uma Social-Democracia que incorpora muitos destes apóstolos(do Liberalismo, entenda-se), onde, terão naturalmente maior espaço de manobra ideológico para se movimentarem. Aliás, como não têm espaço ideológico, podem movimentarem-se para onde e quando quiserem. Se para muitos essa tentação foi arrebatadora, não compreendo o porque de tantas hesitações por parte de outros!!
    Mudariam para um lado bem mais proveitoso; deixariam de lado um partido de pó, pejado de ideologias estéreis e bacocas, por um partido de massas, bem mais a jeito do quotidiano da modernidade...ou aí já se arriscariam a ficar na penumbra?

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  11. Não querendo entrar nesta discussão promovida por tão disparatado post, lembro apenas, caro amigo Frederico, que aí na Espanha, até o PP, partido fortemente controlado pelo Opus Dei, como sabes, tem um grupo de trabalho homossexual.
    Abraços

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  12. Disparatado porque não faz sentido equacionar essa hipótese ou por não fazer sentido deixá-la à margem do CDS actual?
    Já agora quanto ao exemplo que evoquei do PP espanhol, deixa-me apenas dizer-te que quis demonstar que um partido mais "liberal" - "El Partido Popular se define como una formación política de centro reformista" - (pag. web do PP espanhol) que o CDS não teve a veleidade para tamanhos passos, nem em períodos de euforia eleitoral. Nem isso foi alibi suficiente para aventarem essas hipóteses. E aliás, peço desculpa por deixar no ar, por omissão, a adopção da DC por parte do PP espanhol. Em relação a isso, o meu "mea culpa". Quanto ao grupo homossexual, sinceramente desconhecia e, inclusivamente desconhece a maioria dos espanhóis. Fiz questão de perguntar a um colega meu que é militante das Nuevas Generaciones e desconhecia( vidé esta página: http://www.pp.es/index.asp?p=506&c=ff4d5fbbafdf976cfdc032e3bde78de5). Duvido ainda assim que consigam ter grande eco junto das elites do partido, no entanto é sempre bom ver um português tão bem informado sobre algo que escapa à maioria dos espanhóis, inclusivamente do PP.
    Obrigado pelo esclarecimento, caro Francisco

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  13. Graças a Deus nunca me comparei às maiorias, porque é na maioria que se encontra a mediocridade e sempre fui educado a querer estar bem acima dela, na informação e em tantas áreas quantas possíveis.
    Não tens que agradecer, Frederico, estamos cá uns para os outros.

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