Nestas eleições à presidência do amorfo PSD, do momento, registo duas imagens, bem diferentes, dum mesmo partido. Deste PSD, registei positivamente Pedro Passos Coelho que, num tom sério, construtivo e de diferença tentou demarcar-se para umas presidencias a médio prazo no PSD, com a vantagem de ter mostrado combatividade, marcado(isto inédito no PSD) distintivamente o seu código genético ideológico e de ter ainda alguma irreverência da sua, relativa, juventude. Saúdo Manuela Ferreira Leite pela sua vitória, mas sobretudo pelo discurso realista, rigoroso e desprendido de populismo ou de ilusão. Não destoa do tom governativo, mas nem podia, julgo eu, face à nossa realidade económico-social. Só um inapto ou autista poderia prometer algo diferente ao país! Este foi o anverso da moeda. O seu reverso é ensombrado pela candidatura de Santana Lopes a mostrar o pior que há na política(ainda que muitos queiram cingir-se à sua pretensa combatividade) e a comprovar que há políticos profissionais, no que isso tem de negativo, bem como que o PSD de hoje não reconhece isso, ou então que reconhece nesse facto algum virtuossísmo, declarado com cerca de 30% do eleitorado votante nestas eleições. Outro aspecto marcadamente negativo nestas eleições, ou neste PSD é o ódio, a amargura, a incoerência de Luís Filipe Menezes. Este político destila inconformismo, mas ao mesmo tempo não reconhece que apenas bebe do veneno que fabricou. Nenhum português, ou social-democrata, como queiram, se esqueceu das críticas duras, muitas vezes oportunistas e gratuitas de Menezes a Marques Mendes, pedindo ele, na sua vigência que não lhe fizessem o mesmo, quase que numa subconsciente declaração de arrependimento para com o seu anterior adversário. No final o que sobra é uma tibieza surpreendente de Menezes em relação aos opositores internos(já devia ter a fórmula ideal para suprimir este problema), uma incapacidade de resposta e um populismo atroz, que nem aos mais insensatos lembraria(nem falo da falácia do logotipo do PSd, numa lógica sensacionalista de inovação/viragem), tal como propor inusitadamente, qual coelho da cartola, a Regionalização e ainda uma ausência total de palavra no que toca a distanciar-se das novas eleições para discutir o seu sucessor. Se não queria efectivamente falar mais sobre as tricas políticas do PSD, não havia necessidade das suas intervenções mais recentes, mostrando que as feridas não sararam e que não ter espírito democrático de aceitar a derrota e, ao mesmo tempo de admitir que não foi estratega no seu curto reinado.
O que sobra, depois disto... muito pouco! Se o PSD não tinha praticamente fundamento ideológico algum, fazendo o papel do papão oportunista das massas, viu o PS sugar-lhe o que lhe restava!
Não obstante os elogios para Ferreira Leite e Passos Coelho, estão neste momento num partido errático e com o futuro a prazo que, nem mesmo a nova liderança poderá alterar. Enfim duas pessoas certas fora de tempo, num local errado! E o resto? O resto é paisagem....e Alberto João Jardim.
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