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quarta-feira, julho 09, 2008

Sociedade de Massas e de Consumo

Nascida das resoluções de 1929 com vista a sanar definitivamente a crise financeira que grasava, a Sociedade do Consumo vê a partir daí, sobretudo nas décadas de 50 e 70 um aumento abrupto do consumo, alargando a toda a sociedade poder aquisitivo para bens outrora nas mãos de elites. O automóvel foi um desses emblemáticos exemplos, bem como a televisão. Quem não se lembra de ver nas aldeias mais pequenas uma ou duas televisões, nas mãos de ricos homens ou de alguma associação cultural e recreativa. Tudo o resto era um um deserto, um vazio! Com o automóvel foi o mesmo. Só meia dúzia de homens abastados é que detinham transporte próprio.E hoje!! Hoje está tudo nas nossas mãos. Tudo podemos comprar e todos podemos comprar. Desde os mais miúdos aos mais graúdos. Os primeiros podem (e devem) ter carro aos 18 anos, até lá esvaziando os bolsos semi-rostos dos pais na mais variada salada russa electrónica: portátil, mp3, consola, leitor de dvd, telemóvel...Aos segundos resta-lhes a sorte de terem almejado poupar (nao contar com a nossa Segurança Social, por favor) alguns tostões para poderem ser colocados num canto qualquer, chamado muitas vezes, de lar de terceira idade, ou então numa permuta algo duvidosa, entregam bens imóveis em troca de cuidados assistenciais para o resto das suas vidas.
Curiosamente à sociedade de consumo da 2ª metade do século XXI (maioritamente), muitas vezes antagónica, surge um novo desafio. Chama-se taxas de juro, inflação, combustíveis, desemprego, poluição ambiental, novas potências mundiais, etc, etc. Como conseguirá ela lidar com esta nova conjuntura apreensiva e asfixiante? Será que o sistema Capitalista conseguirá superar a situação com tratamentos convencionais? Terá que rapidamente encontrar um antídoto para este novo "veneno" ou, incapaz de o fazer, sucumbirá à vizinhança Socialista? Esta nunca antes teve tamanha oportunidade. Será finalmente agora?
Ou encontraremos uma solução já utilizada não apenas em países em vias de desenvolvimento, como noutros desenvolvidos, de créditos para bens de reduzido valor (máquinas de secar roupa, lava-loiças, máquinas de barbear, secadores, telemóveis...), tipo crédito para os combustíveis, empréstimos para bens de primeira necessidade... A solução para a crise será esta, aliada ao aumento do consumo (com inerente agravação do endividamento) ou antes o contrário, uma inversão no consumo e consequente reajustamento do mercado, entretanto bastante inflacionado? Veremos cada vez menos os nossos amigos e familiares distantes, adoptaremos meios de locomoção mais económicos, tornar-se-à o automóvel novamente um meio inacessível ao comum dos mortais?
O sono persistirá, ou...ops que acordamos todos desta ilusão, destes vendedores de sonhos que nos fazem viver além das nossas posses...

2 comentários:

  1. Pois é, pois é....
    Concordo inteiramente contigo, amigo. Ainda me lembro quando era novo de ouvir nas campanhas publicitárias bancárias o slogan "Poupe, no poupar é que está o ganho", hoje é precisamente o inverso, há campanhas de crédito para tudo e mais alguma coisa mas aí, o Estado deveria intervir impondo limites aos créditos e respectivos anúncios. Se há pessoas que resistem às campanhas agressivas tambem há, e penso serem a maioria, que, ora não resistem ora não têm outra alternativa senão o crédito. Chegámos ao ponto em que se recorre ao crédito para pagar .....crédito e o Estado assiste a isto impávido e sereno. Inaceitável!

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  2. Mas aliado ao endividamento que enfatizaste surge agora a inflação, a alta das taxas de juro, aumento do preço dos combustíveis...e depois um Governo sem qualquer margem para depositar na cama dos portugueses uma reconfortante almofada. Quase diria que a situação é assustadora e única!

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