Recentemente ao ler o "DN" [16-08-2008], soube que um médico espanhol a exercer em Portugal na especialidade de Oftalmologia se mostrava indignado com a perseguição a que tem sido sujeito por, segundo ele, fazer o seu trabalho, como nenhum colega Portugal o faz. Explico melhor. O dito senhor que fez recentemente 234 operações em 6 dias seguidos no Hospital do Barreiro, diz-se vítima de perseguição que, acrescida de uma auditoria junto da Ordem, lhe impede de contratualizar com hospitais interessados futuras operações similares.
Discriminações à parte, bem sei que os médicos portugueses, como qualquer cidadão nacional em geral, não são muito dados à cumplicidade com o vocábulo produtividade, no entanto, também concordo que uma média de 40 operações por dia me deixam um pouco cépitco!!
Diz o afamado cirurgião lá para as bandas de Badajoz que "os pacientes que digam se algo correu mal". Apesar das melhores boas vontades, não posso anuir neste diapasão, pois sempre ouvi que mais vale prevenir do que remediar. Antes que ter pacientes queixosos de uma intervenção mal feita, é melhor ter todos os procedimentos clínico-cirúrgicos cumpridos de forma a que essas situações nuca ocorram. Não será este procedimento uma garantia 100% segura, mas apesar de tudo, a única com vista a reduzir as probalidades de insucesso.
Sabendo que qualquer médico ganha prémios de produtividade pelo número de operações realizadas, ainda mais dúvidas estes resultados sobredotados me levantam.
Faço ainda uma nota negativa para a Ordem dos Médicos sobre este assunto, sobretudo pela sua demora e passividade na verificação de tais factos e actuação em conformidade com os mais altos padrões de rigor, seriedade e celeridade que a mesma supostamente terá.
Será o caso de termos médicos sem fronteiras em Portugal?
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