Aspecto da confraternização final, após o término do debate, durante o beberete oferecido gentilmente pela Junta de Freguesia das Alcáçovas.
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Foi bom termos ouvido três oradores, incluindo um Minstro da Agricultura, falar de agricultura ambientalmente sustentável, da redução de aves e borboletas, de preservação da biodiversidade, da justa remuneração serviços ambientais e não apenas de regadios e olivais intensivos.
ResponderEliminarJoão Claro
Concordo absolutamente. Mas um dos imperativos para que tal possa deixar de ser uma mera miragem, mas sim uma realidade no meio, é promover a devida regeneração do sector. O eng. Luís Capoulas abordou e, bem penso eu, a estatística que dá conta dum crescente e avassalador desinteresse das classe mais jovens pelo campo e suas actividades. Não bastasse isso e, temos inclusivé de ter em conta que a classe agrícola é muito envelhecida, pouca instruída e muito conservadora, logo pouco atreita à inovação e a um novo discurso compatível com as actuais exigências ambientais. Isso pode constatar-se por exemplo, com as imensas reservas dos agricultores alentejanos e não só, com a prática da sementeira directa.
ResponderEliminarSou neto dum agricultor que no seu tempo vi-a montarem-se armadilhas para apanhar lobos, quando hoje eles estão extintos por estas bandas e, filho também dum agricultor, que via abetardas a alimentarem-se junto dos seus meloais, onde tinha grande reserva de feijão frade, um dos "seus pratos favoritos". Hoje fala disso com saudosismo, mas também nunca soube como ajudar a espécie a ficar entre nós por mais tempo...A consciência ecológica das novas gerações é uma realidade, acrescida de que pode ser algo complementar para a actividade agrícola, enriquecendo as suas culturas e estimulando até outras actividades paralelas/complementares que dão mais-valias ao rendimento agrícola. Falo naturalmente do agro-turismo. Sendo arqueólogo de formação, devo dizer que as culturas intensivas e super-intensivas de olival, por exemplo, foram nefastas na nossa região para património arqueológico. Dezenas, senão milhares de sítios arqueológicos foram dizimados para se concretizarem estes projectos. Este tipo de prática, não só é lesiva para com a salvaguarda do nosso património e identidade, como revela incapacidades do Estado enquanto entidade reguladora/fiscalizadora(aqui julgo poder estender a pecha a qualquer outra actividade sócio-económoco-cultural)e diminui-nos enquanto povo incapaz de preservar a nossa memória colectiva, a nossa auto-estima e de projectarmos igualmente o futuro com base nesses alicerces. Esta destruição, tanto da biodiversidade, como do património cultural da região que tanto amamos, é per si reveladora da nossa incapacidade de agir perante novos paradigmas de desenvolvimento regional sustentável: turismo ecológico-natural e cultural. Para terminar, deixe-me dizer, dr. João que sou apesar de tudo um amante da agricultura sustentável, da agricultura alentejana, mas sempre aliada da biodiversidade e, que a sua achega nesta matéria foi de extrema importância para os presentes terem outra perspectiva da actividade que exercem.
Cumprimentos,
Frederico Nunes de Carvalho
De facto um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento económico de Portugal é o fraco nível de instrução em quase todos os sectores incluindo a agricultura. Ainda bem que foi o Eng. Luís Capoulas a dizê-lo e não um “ecologista urbano armado em doutor”.
ResponderEliminarQuando o Eng. Gonçalves Ferreira falou de biodiversidade e da sua importância para a resiliência dos sistemas agrícolas, provavelmente a maioria dos ouvintes não compreendeu o que estava em causa. Mas é necessário explicar o significado de externalidades positivas ou de serviços ambientais. Foi o que aconteceu nessa tarde nas Alcáçovas, já tinha acontecido em Dezembro no Dia Aberto na herdade dos Lameirões e vai ser necessário repetir em muitos locais durante os próximos tempos. Começou-se tarde, mas ainda vamos a tempo.
Para se ser empresário agrícola, não basta ter umas centenas de hectares e alguns tractoristas e pastores assalariados. É preciso ler, estudar, viajar um pouco pelo mundo rural de outros países europeus e estar receptivo a novos conceitos. A União Europeia só poderá continuar a financiar a actividade agrícola no seio de um mercado global, se for valorizado o desenvolvimento rural. As ajudas para os cereais apenas serão justificadas pelo facto dessas culturas constituírem habitat para abetardas, sisões e águias-caçadeiras. O agricultor passa a assumir a múltipla função de produtor de alimentos, de guardião da paisagem e de gestor da biodiversidade. Foi tudo isto que foi frisado pelos três oradores e apenas espero que muitos dos presentes tenham compreendido a mensagem.
Quanto à perda de sítios arqueológicos devido à instalação ad-hoc de olivais intensivos, infelizmente estamos a repetir o que aconteceu à 15-20 anos com a plantação de milhares de hectares de eucaliptais. É por isso importante que o seu alerta e o de outros arqueólogos chegue ao Ministério da Agricultura.
Naturalmente que muitas mais sessões de esclarecimento, conferências e outras mais formas pedagógicas,complementadas com incentivos,sejam eles financeiros, sejam fiscais,terão de ser emprendidas. Por minha parte já aprendi algo mai sobre esta diléctica, e por considerá-la relevante para a sutentbilidade do nosso território,enquanto membro do Fórum Alentejo irei propor a abordagem desta temática e, especificamente das virtudes que este "modus operandis" tem sobre a qualidade ambiental do território, com tudo o que daí possa advir, seja ao nível da saúde pública, do investimento em novas áreas de negócios, seja em legar para os nosso descendentes o direito a terem uma vida com Esperança e com o Direito a usufruirem de muitas das oportunidades e maravilhas que nós ainda gozamos.
ResponderEliminarNessa altura espero que possamos contar com a sua preciosa colaboraçao!!
Fica o desafio lançado...