Dos actuais 19 partidos políticos existentes pela chancela do Tribunal Constitucional, 8 deles são anteriores a 1980, ou seja 42% do nosso espectro partidário tem mais de 34 anos. E se é verdade que após 2000 fundaram-se 6 novos partidos políticos, estes ou resultaram das mais que habituais cisões da Esquerda, ou traduzem-se em movimentos políticos sectoriais ou de causas específicas, não congregando uma estratégia político-partidária necessária para corresponder aos desígnios nacionais actuais. Asism, parece-me que o Centro-Direita está órfão de um verdadeiro partido político, visto que os dois partidos do actual Governo estão mais que vergastados pelos sucessivos escândalos e casos de incompetência, mas sobretudo por terem apostado numa deriva ultra-liberal afastando-se de prerrogativas ideológicas tão assumidas pelo Centro-Direita como é o caso, a título exemplificativo do Estado Social. Faltam valores nos dois partidos do Governo, escasseam militantes e governantes que estejam absolutamente livre dos interesse económicos e que possam decidir em consciência e pelo interesse nacional. Fazem falta neste país partidos que louvem o mérito, que tenham militantes com experiência profissional e desinteressados dos negócios de Estado. Fazem falta em Portugal partidos políticos que tenham uma verdadeira e ampla estratégia para o futuro de Portugal. Fazem falta partidos políticos que estejam conscientes que dar o exemplo para o país num momento de dificuldades, não é compatível com boys com chorudas remunerações, com negócios obscuros entre empresas do Estado, com elementos sem experiência profssional, com adjudicações directas, com falta de abnegação, com amadorismos, com falta de transparência, etc. Julgo que este poderia ser um momento crucial de se recentrar a Direita partidária em Portugal, aproveitando muitos notáveis e personalidades descontentes do PSD, CDS-PP, MPT, PND, antigo MEP, ex. MMS para, à semelhança das pretensões da Esquerda portuguesa, congregar vontades e recursos num projcto viável e esperançoso para Portugal e avançar com uma verdadeira alternativa ao Liberalismo que neste momento deveria ter voltado para a gaveta dos conteúdos ideológicos partidários.
Para finalizar esta muito breve reflexão, deixo aqui três notas que eventualmente servirão para aguçar a curiosidade e discussão dos caros leitores:
* registo uma entrevista dada na TVI 24 aos programa Olhos nos Olhos por Judite de Sousa e Medina Carreira a Manuel Monteiro antigo presidente do CDS-PP, de onde retiro a excelente forma deste político e sentido de oportunidade sobre os temas abordados, bem como dou nota de mais um excelente recurso humano do espectro da Direita política desaproveitado pelas elites políticas do país.
*registo que no momento em que o antigo bastonário da Ordem dos Advogados Dr. Marinho e Pinto acedeu a dar o corpo ao manifesto por um partido político (MPT) para enfrentar uma difícil batalha eleitoral (Europeias 2014) muitas outras personalidades impulsionadas pela actual conjuntura política e económico-financeira e pelo chamamento da sociedade civil para participarem activamente no comando do país, poderão estar muito mais sensíveis e receptivas à participação em projectos políticos, o que saúdo.
*recordo um extinto PDC - Partido da Democracia-Cristã que em muito boa hora poderia aparecer para reocupar um espaço que já foi parcialmente seu e neste momento está õrfão de representatividade partidária.
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