Não podia dexar de comentar este leilão que, foi considerado o 2º maior de sempre de uma personalidade individual, apenas ultrapassado pela colecção Rothschild, que atingiu os 57.7 milhões de £, em 1999. Não restam dúvidas da vasta e valiosa colecção deste filantropo.
O leilão da sua imensa obra parece ter sido mediático e corrido "às mil maravilhas". A obra de referência do seu acervo artístico, a pintura d ´il Caneletto "The Buncitoro at de Molo, Venice, on Ascension day", atingiu o recorde monetário por peças deste autor: 16.805.040€. Tudo isto, referenciado na página da Christie´s, sob pretexto de se angariar dinheiro para uma fundação Médica em Portugal.
Muito louvável a intenção , sem dúvida. Aquilo que não entendo é, por um lado, a insignificâcia do montante alcançado em relação à avultada quantia que o mecenas António de Chapalimaud deixou em testamento. Não entendo este gesto, que não traz muito mais dinheiro para uma fundação recém criada que já tinha uma dotação financeira suficiente para se auto-sustentar, como retira a Portugal um vastíssimo património artístico-cultural. Como é possível à Dra Leonor Beleza permitir-se uma acção destas. Aliás, ainda lhe dava outra alternativa, bastante útil inclusivamente para a nossa coesão nacional: entregava para usufruto a incomensurável colecção a museus de regiões interiores do país, aumentando significativamente o seu espólio, tendo como contrapartida ter % dos lucros obtidos pela cobrança de bilhetes para ver supra espólio. Era, por um lado forma de garantir que esta colecção dava retorno financeiro, por outro mostar a generosidade para com regiões mais esquecidas do país, em vez de vender peças tão relevantes para o nosso tesouro artístico, a coleccionadores estrangeiros. SINCERAMENTE NÃO ENTENDO, DRA. LEONOR BELEZA! Começou bem, mas já está a desiludir-me... é mais fácil delapidar o nosso património, a pensar ponderada e reflectidamente sobre formas correctas de empreendermos o que é nosso...este já foi!!
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