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quinta-feira, dezembro 30, 2004

CULTURA EM ÉVORA.

PARABÉNS DR. JOSÉ ERNESTO!! PORQUÊ? PERGUNTARÁ O SENHOR!! PELA MAGNÍFICA PRESTAÇÃO DA SUA AUTARQUIA NO ÂMBITO CULTURAL!! Após 3 anos de intenso trabalho, podemos enaltecer o trabalho da autarquia no âmbito cultural, a dois níveis: - Concretização, após 5 meses de atraso da obra de requalificação do espaço exterior as muralhas, na zona que medeia as Portas de Alconhchel e as Portas do Raimundo, sem no entanto ter sido viabilizada a réplica do Arco do Triunfo que estaria prevista construir na rotunda e, sem a devida valorização dos achados arqueológicos encontrados, noemadamente a barbacã medieval; - Flexibilização do uso das instalações do Teatro Garcia de Resende a outras organizações e outros eventos. Outrora quase feudo exclusivo do Sr. Mário Barradas e do seu grupo teatral(CENDREV). Não creio é que tenha sido por outra coisa, que não motivações de ordem política, no entanto, a cidade agradece!! E.... é tudo!! É verdade Sr. Dr. José Ernesto!! Parece que não realizou muita mais obras de cariz cultural, numa cidade PATRIMÓNIO MUNDIAL!! Perdão!! Tamanha injustiça!! Acabou com o Viva a Rua e prometeu uma Praça de Touros adaptada a pavilhão multi-usos!! Para quando? Mas se me permite a ousadia, todas aquelas maquetas expostas na Feira de S. João 2004, no Palácio de D Manuel, eram concretizáveis, exequíveis, ou era tão somente uma manifestação de magnanismo Seu e/ou de ilusão aos municípes eborenses? Ainda antes de terminar!! Já ouvi o Ministério da Cultura expôr a fatídica e eterna questão da Biblioteca Pública de Évora e do novo Arquivo Distrital!! Agora a jogada está nas suas mãos!!Espero que aproveite a oportunidade, a bem dos eborenses, da sua instrução, cultura e desenvolvimento humano!! E já agora!! Tem noção da total ausência de uma política/estratégia cultural para o concelho!? Apenas o quis relembrar Sr. Presidente...nada mais

segunda-feira, dezembro 20, 2004

IMPRENSA! PARA QUE TE QUERO?

Voltando à minha bela terra, após um fim de semana, noutra não menos idílica povoação, vulgo, Ponte de Lima, qual é o meu espanto quando, atento aos jornais e televisões, deparei-me com alguma celeuma em volta do candidato a Primeiro-Ministro, surgida no transacto fim de semana!! E que celeuma? A questão da co-inceneração!! Pois é!! Parece que se avizinha novo nevoeiro na conjuntura política actual!! Em primeira instância tenho que admitir que o homem, apesar não reconhecer grandes virtudes na pessoa, teve coragem de evocar um tema polémico!! Não ponho em causa se esta hipótese aventada, é melhor ou pior para o país!! Nem que, possívelmente o Eng.º José Sócrates mostrou pouca inteligência ao puxar deste tema, mas lá coragem teve o homem!! Coragem ou teimosia...whatever!! O que me custa é esta verocidade da imprensa para atacar quem quer que seja, pelo que defenda!! A imprensa nacional, limita-se a demandar pela polémica!! Quando não a há, tem que se criar!! É certo que esta serve para pôr em público situações menos dignas, relatos de quem se sente injustiçado, mas também devia ser seu propósito criar um elán especial em torno do nosso país!! Não posso dizer, com pena minha, que esta tenha contribuido para a pacificação do país, para a credibilização da classe política dirigente e das instituições públicas, que promova a nossa língua pelo Mundo fora, que fale com substância, de valores sociais e culturais que nos valem!! Tão somente expressa e promove a desagregação do país...Esta poderia ser um motor de aprendizagem e de formação de uma metalidade mesquinha, individualista e ignorante, presente em Portugal....Em vez disso....

sábado, dezembro 04, 2004

Um só país, duas realidades!!

Um Portugal existe... mas um Portugal pejado de desânimo, comodismo e desconhecimento de si mesmo!! A ignorância tem-nos acompanhado!! já dizia Napoleão Bonaparte: "As verdadeiras conquistas, as únicas de que nunca nos arrependemos, são aquelas que fazemos contra a ignorância. Mais que um mau prenúncio, gostaria que esta mensagem fizesse reflectir amigos, colegas, desconhecidos, familiares, etc, sobre um país que temos,concomitante com duas realidades que vivemos. Ao cidadão de Lisboa, Porto, Coimbra, ilhas e demais cidades litorâneas muitos pormenores, muitos indícios escapam!! Sem querer dar um sentido pejorativo à reflexão, às vezes parece que quem viver, por exemplo, em Lisboa está encaixotado dentro de uma redoma, vivendo quase artificialamente!! Quase sem conhecer o país real!! Desde épocas mais remotas na nossa história, sempre fomos um país acéfalo, ou seja tínhamos uma capital, onde se vivia realmente, dado que nas restantes regiões do país, grosso modo, sobrevivia-se. Hoje em dia, talvez tenhamos duas grandes urbes, Lisboa e Porto, redimensionadas positivamente nos padrões das médias/grandes cidades europeias, mas escandalosamente desproporcionadas relativamente a Portugal, às suas regiões e à sua população. Alguém um dia dizia, não sei se com noção da quão razão que tinha, que "Portugal era Lisboa e o resto é paisagem"! Pergunto eu, já podemos ter outra perspectiva e discordar deste quase ditado? Talvez!! Atrever-me-ia a sugerir, "Portugal é Lisboa e Porto e o resto é paisagem". Temos quase que duas grandes capitais do país, com todas as qualidades e vicissitudes de grandes cidades, com muita oferta cultural, com melhores acessos, com mais e melhores serviços, seja no ensino, saude, comércio, etc... Tudo de grande que é pensado realizar no nosso país, só terá cabimento se fôr realizado em Liboa, Porto e/ou arredores. É a capital europeia da cultura(Lisboa e Porto), o CCB, a Casa da Música, o Euro2004( não foi só Lisboa e porto, mas o interior continuou sempre olvidado), Campeonato do Mundo de Atletismo em pista coberta, ponte Vasco da Gama, ligação ferroviária pela ponte 25 de Abril, Expo 99, metropolitano( parece que o Porto tb já se pode orgulhar de ter um) novos museus, aeroporto que está pra vir, a ligação ferroviária de TGV que, quer digam, quer não digam, deverá albergar em primeira instância as cidades de Lisboa e Porto!! Poderia continuar a desenrolar o papel, enumerando todas as actividades e projectos realizados entre estas duas cidades, vitimizando sistematicamente todo o restante país...
Tenho a leve sensação de que as pessoas acham muito idílíca a ideia de um novo Parque Mayer projectado pelo celebérrimo arquitecto Frank Gehry, orçada, por baixo, em 130 milhões de €. Interessante, é saber que, por exemplo, o PIDACC previsto para Évora, distrito, em 2004, foi de 99milhões de €. Uma obra de requalificação urbanística e patrimonial de um edifício histórico( ninguém põe em causa o seu valor arquitectónico), custa mais para o bolso dos cidadãos, do que o orçamento previsto para todos os concelhos do distrito de Évora!! Não pude deixar de reflectir sobre o peso dos valores e do que representam na perspectiva do país!! Um país pobre, parece ser um denominador comum, no entanto uns podem projectar obras desta envergadura e de prioridade discutível, outros têm os hospitais que têm, quartéis de bombeiros sem condições de habitabilidade, sem meios para socorrer doentes e acudir a fogos, escolas degradadas, cidades sem policamento necessário, ligações rodoviárias e ferroviárias, indiscritivelmente deterioradas, sem valências minímas para as práticas cultural e desportiva... Realmente poderíamos ainda acrescentar que esta desigualdade está latente num país que parece viver da aparência!! Onde Lisboa é apresentada como uma cidade metropolitana, viva, moderna e adaptada aos novos desafios do século XXI, mas onde tudo o resto é paisagem. Não deveriam os governantes do nosso país combater estas referidas assimetrias, resolver problemas de primeira necessidade, em detrimento de assuntos sumptuários, perdoem-me o desabafo? Temo que muitos lisboetas e restantes cidadãos litorâneos desconheçam a realidade que vigora no Alentejo, Trás-os-Montes e Beira Interior, por exemplo. Fala-se muito na nossa histórica unidade territorial, da univocidade linguística, das similitudes antropológicas, no entanto, ao invés do que a Espanha faz, dá mais a quem precisa de mais, tratando de forma diferente quem é diferente( julgo ser isto a tão propalada equidade), neste caso quem é mais pobre, mais deve receber, Portugal enveredou por outro caminho.
Ocasinalmente, ou não, a Espanha, tem tentando insistir na sua tese de criar uma só unidade, apostando, nomeadamente nas regiões da raia, tanto com Portugal como com a França. Em relação à França, julgo não existirem problemas, dado que é um país que pode ombrear de igual para igual com a Espanha, no entanto, em relação a Portugal a panorâmica é, indesmetivelmente outra. Quando os espanhóis criaram o aeroporto de Badajoz, quando estabeleceram na penúltima cimeira luso-espanhola, as prioridades em termos de traçados de TGV, quando modernizaram as suas vias rodoviárias junto à fronteira, quando proporcionam mais oferta económica, estão, além de desenvolver regiões mais atrasadas, de apostarem numa maior coesão nacional, pois investem no combate às assimetrias regionais, estão igualmente a piscar o olho ao vizinho português, pobre e de mão estendida. Quantas e quantas vezes ouvimos falar em amigos e familiares que foram apanhar o avião em Badajoz, que foram passear a Sevilha, que foram às compras a Mérida, assistir a uma corrida de toiros a Olivença, estudar medicina, para Badajoz ou Cádiz, ter uma consulta médica de especialidade, comprar uma casa, etc... são tantos e tantos os pretextos para termos que nos juntar a nuestros hermanos que, quase apetece dizer que a capital do outrora reino, nos empurra ferozmente com uma espada contra a parede. Ao contrário dos espanhóis que tentam resolver um problema de séculos, nós abrimos uma brecha numa solidez ancestral. Estamos a criar desigualdes tal maneira significativas, que não há coesão nacional que resista!
Não posso arranjar caso mais paradigmático do que o de Barrancos!! não eram as corridas de toiros que eles pretendiam ver resolvidas, era o ostracismo a que são votados continuamente!! Clamavam por um naco do pão do centralismo e este deu-lhe uma migalha. Cada vez mais as pessoas no interior olham para um país triste, anafado e descomprometido com o "Portugal profundo"!! No entanto, por vezes, ainda num último fôlego, pedimos a compreensão e o auxílio de quem, cada vez mais nega assumir responsabilidades!
Deveríamos equilibrar Portugal!!
Há coragem, rigor e seriedade para o fazer?