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domingo, junho 26, 2011

(Quase) Grandes Portugueses

Para quem é leitor mais assíduo do FrescosCampos, conhece certamente um espaço que oportunamente encetava designado por Grandes Portugueses. Nele depositava os méritos e louros de portugueses que realizando feitos relevantes, chamavam a si o epíteto de Grandes Portugueses. Já foram retratadas pessoas desde o desporto, teatro, televisão, música, etc. Hoje gostaria de homenagear um português que foi Grande na sua área profissional, vulgo Arquitectura. Falo naturalmente de Eduardo Souto Moura, um arquitecto da Escola  Superior de Belas Artes do Porto, antigo colega de Siza Vieira, e recentemente vencedor do Prémio Pritzker 2011. Não são todos os portugueses que recebem tal prémio, nem um discurso dedicado em sua honra, proferido pelo presidente dos EUA. Este singular galardão, honra a sua vastíssima e rica obra, bem como o país de onde é oriundo, pois foi a par do seu percurso pessoal, a sua formação académica que certamente consolidou a qualidade da carreira que veio a granjear nos últimos tempos.
Souto Moura no seus discurso proferido na sessão solene da entrega do prémio disse:
«Com 10 séculos de História, Portugal encontra-se hoje numa grande crise social e económica, como já aconteceu em vários períodos anteriores. Hoje, como ontem, a solução para a arquitectura portuguesa é emigrar.
Ora para um português que muito deve ao seu país pelo que o mesmo lhe deu, lhe transmitiu de saberes e experiências, de obra e reconhecimento, não me parece entendível que exorte os seus concidadãos a emigrarem em busca de novas perspectivas de vida, apenas pela actual conjuntura nos querer coartar o direito ao sonho!!
Ainda ponderei acreditar que Souto Moura referia-se ao plano da internacionalização da arquitectura empresarial portuguesa e, nesse âmbito e até em confluência com o discurso oficial de Exportar, Exportar, Exportar, fazia sentido o apelo. No entanto sou mais pessimista quanto ao que quis dizer este galardoado arquitecto nacional. Por isso e, sem beliscar os méritos profisisonais do profissional, acrescento um quase ao Grande Português, pois um de facto nunca se resignaria perante o estado de coisas a que chegámos em Portugal. Um Grande Português, incentivaria todos os seus conterrâneos a trabalhar, a empreender a causa nacional como resposta à grave crise vivida. Nunca estimularia à deserção, ao abandono do ser português!! Salvo os devidos distanciamentos, relembro sempre Mourinho, não obstante os embaraços que os nossos políticos nos causam na opinião pública mundial, defende indeflectivelmente o seu país. Recentemente, numa gala oficial onde almejou ganhar o título de melhor treinador do Mundo, falou na sua língua mãe como sinal de reconhecimento do país que tem e que o  formou. Souto Moura, foi bom, mas não mais que isso, pois desvalorizou o país que tem e o formou.
Quanto à sua obra, essa é evidente, grandiosa e intocável!!

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