Sou eu enquanto defensor do NÃO arrogante pelo facto de proibir uma mulher de abortar, por qualquer motivo, por mais insensato que ele possa ser, considerando que o ser que ela carrega já é vida humana, ou será o SIM pelo facto de permitir que uma mulher, independentemente da sua condição económica e social, aniquile uma vida humana.
Ninguém do Não é insensível às condições miseráveis de muitas mulheres que, por isso mesmo abortam.
Ninguém do Não é indiferente à fraca instrução de muitos jovens que, como consequência disso resulta muitas vezes em gravidezes indesejadas e não prevenidas.
Ninguém do Não é alheio à uma sociedade ainda machista que determina que o homem disponha do corpo da mulher.
Por tudo isso o Não criou largas dezenas de instituições de apoio às mulheres, para lhes dar formação, apoio psicológico, físico, acompanhamento para evitar que o aborto seja uma inevitabilidade.
O Sim que fez? Apareceu demagogicamente em terreiros de tribunais apelando à sensibilidade dos "mas-media" e exortando a crueldade de uma lei que não deveria existir. Tão somente foi o que fez! Propaganda com a miséria das mulheres!
Se o SIM estava efectivamente preocupado com a dignidade de quem teoricamente defendiam, deveriam estar na linha avançada da prevenção do aborto, da informação da existência de métodos contraceptivos, da possibilidade de fazer queixa de maridos violentos que a obrigam a fazer muitas vezes abortos contra vontade, etc... Deveriam estar a tratar do problema a montante e não a jusante como se não existesse alguma possibilidade de alterar a vontade da mulher em abortar. Mas não!
Sentaram-se calmamente nãs suas mesas de café, bebendo uísques, falando em tom altivo e confiante nas televisões, nós é que somos tolerantes, aguardando pelas mulheres que abortavam por este país fora, dizendo "Eis o momento dce agirmos em prol das mulheres indefesas e oprimidas pela lei conservadora e sexista que tem que ser abolida". São tolerantes é na atitude que deviam ter tomado e não tomaram.
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