Para o PS não podia haver pior notícia que a recente DECLARAÇÃO DO CONSELHO DIRECTIVO
DA UNIÃO DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS, onde é realçado o posicionamento da nova direcção do PSD. Não bastaria o PS ser o mais pioneiro(ou radical) e vanguardista no que toca a valores sociais e de família, agora arranjou um siamês, pronto a fazer-lhe sombra e, neste registo a presumir-se um feroz acto canibalista entre estas duas forças partidárias. Afinal, lutam ambas para o mesmo espaço político-partidário. Se todos nós sabíamos de antemão que nesta Europa Ocidental onde há Social Democracia, não há Socialistas e vice-versa(basta ver o exemplo alemão onde a oposição de Esquerda da CDU, democrata-cristã é o SPD, social-democrata), ficamos a saber agora que os objectivos de Passos Coelho são bastante ambiciosos, ou seja, o esvaziamento do PS, tornando o PSD no grande partido de centro-esquerda de Portugal. Admito que apesar de ser um patamar audaz, pressupõe uma leitura correcta do enquadramento político-ideológico do eleitorado português, com cerca de 60% do capital absoluto de votantes. Sim, Passos Coelho, sabe que caminhando nesta época pelos trilhos da Direita, poucos dividendos traria à causa, acrescida de dificuldades, após as suas derrotas aquando do referendo para a despenalização do aborto e da votação na AR sobre os casamentos entre casais do mesmo sexo. Como consequência, Passos Coelho irá dar gratuitamente algum eleitorado mais conservador ao CDS-PP e irá tentar recuperar essa perda com uma forte aposta no eleitorado PS, e quiçá até mesmo BE. A luta entre estas três forças partidárias doravante irá trazer amargos de boca a alguma delas, mas a qual delas, isso só o tempo o dirá!! Uma coisa parece indiscutível, a estratégia de PSD, PS e BE vai passar a ter um crivo bem mais depurado, pois qualquer erro, por mais pequeno que ele seja, dará votos aos adversários directos, pondo, no limite a sobrevivência de uma delas em causa...
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