Diz Rui Machete (advogado): «O julgamento que a imprensa faz no início de um caso é muito importante. Mas é importante que também escrutine os tribunais e a polícia».
Até posso entender a pertinência do argumento, trantando-se do país que todos conhecemos, no entanto não é este tipo de raciocínio, vindo de alguém de dentro do sistema, a assunção de uma derrota antecipada? À imprensa, parece-me a mim não lhe compete, grosso modo regular, fiscalizar ou julgar casos suspeitos de ilegalidade. Ela existe sobretudo para informar as pessoas, não para as condicionar em casos de tribunal. Quando se verificam casos de polícia dados em primeira mão pela imprensa e investigações sobre ilicitudes sob comando dos órgãos de comunicação social, fico sempre apreensivo, pois este é um clarividente sinal de que a Justiça não está a cumprir os seus objectivos. Não querendo, de forma alguma, por uma mordaça nos media nacionais e enaltecendo o seu inegável mérito no direito à informação dos portugueses, parece-me que mais que a eles, Rui Machete devia sim exigir aos orgãos que tutelam a nossa Justiça maior competência, imparcialidade, celeridade e humildade. Por exemplo e em primeira mão, parece-me que há que pedir meças a outras entidades para fiscalizar as nossas polícias, que não aos media...
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