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segunda-feira, julho 18, 2011

Os frescos Compadres do Fresco

Saúdo esta iniciativa encetada em conjunto pelas empresas Spira e Be Portuguese for One Day. E faço-o por variados motivos que julgo importante destacar. Em  primeiro lugar gostaria de salientar a qualidade e originalidade do conceito e do projecto. Sem qualidade não há sucesso!!
Depois, é uma iniciativa centrada geograficamente numa área economicamente deprimida. Falamos do Alentejo, região tradicionalmente votada ao abandono e com grandes dificuldades no recrutamento de tecido empresarial e de iniciativa privada. Acresce neste âmbito estarmos a falar de Alvito, concelho do distrito de Beja, com 2523 habitantes, populacionalmente o 2º mais pequeno de todo o Alentejo, apenas atrás de Barrancos, perdendo em 2011, comparativamente com o Censos de 1991, cerca de 6.13% da sua população. Por isto, já é um projecto vencedor, pejado de coragem e solidariedade territorial.
De seguida  evoco o conceito Compadres do Fresco pela área que abrange: Cultura. Este é um segmento pouco valorizado comercialmente em Portugal e ainda assim com muita margem de progressão, apenas ainda pouco conhecido. E como nós sabemos que os portugueses poucos riscos gostam de correr! A Spira e a Be Portuguese for One Day não enjeitaram a oportunidade e não recearam o risco. Parabéns! Acresce a essa condição, o acender do rastilho que esta parceria provocou com uma clara aposta na Cultura e no turismo daí decorrente. Esta é uma área que se complementa excepcionalmente com a actividade turística e hoteleira, logo é uma potencial âncora de desenvolvimento regional.
Saúdo ainda a recente iniciativa por dois outros motivos, distintos, mas muito relevantes para o que julgo importante alterar no paradigma cultural nacional: a humildade e simultaneamente a destreza de, aceitando as suas limitações no mercado, partir para a construção de parcerias no intuito de desenvolver o seu conceito, aprimorá-lo e fazê-lo chegar a mais destinos. Apenas juntos venceremos e, olhando meramente para o nosso umbigo e para um individualismo económico bacoco e inóquo, não teremos sucesso! Este gesto tem o ónus de servir de exemplo e de desbravar o inóspito caminho por que devem devem passar os agentes culturais do país. Por  último, esta iniciativa, tanto pelo que sei, é integralmente privada, pelo que lhe devo também por isso valorar qualidade. A área da Cultura é um segmento que tem vivido no nosso país sob o jugo e paternalismo estatal na pessoa do malogrado Ministério da Cultura. Assim, esta é uma viva e cabal demonstração que, trabalho, criatividade e cooperação na área da Cultura pode vingar sem necessitar impreterivelmente (como vemos ad eternum nalgumas instâncias) do caritativo selo estatal.  Faz-se e acontece Cultura desde que os seus agentes sejam criativos, empenhados, dinâmicos e cooperativos, na busca de sinergias e de nichos subvalorizados. Poderão viver da Cultura, assim desejem viver também para ela!!
Parabéns SPIRA e Be Portuguese for One Day pela ousadia, mas sobretudo pela coragem de seguir em frente quando o caminho não é absolutamente claro e recto aos nossos olhos. É preciso arriscar, predicado comum há 5 séculos atrás em Portugal, mas raro nos dias de hoje. Obrigado pelo idealismo e convicção que tanto falta fazem para superarmos a presente crise e que vocês se dispuseram a empregar. Enfim, frescos são, os Compadres do Fresco.




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