O resto do país, independentemente das reformas que nos obrigaram a fazer[que concordo que eram essenciais] passa ao lado do conceito de estratégia, da mercado comum, de lusofonia, mas sobretudo de cultura e respeito pela identidade nacional.
Se este governo quer efectivamente reformar o país, a sua mentalidade e a economia, deveria começar por assentar os tijolos dessa construção em cima da nossa cultura e não, mais uma vez em cima daquilo que não nos pertence e, cada vez mais perturba a coesão europeia. Se não respeitarmos a nossa cultura e as idiossincrasias de cada país, mais facilmente em momentos de crise se denotam sobressaltos nacionalistas. Estes apenas surgem por um evidente acumular de desrespeitos pela memórias e culturas dos seus povos. Em Portugal vive-se igualmente esse desrespeito ao ignorar quase escandalosamente a nossa Língua Portuguesa e as suas enormes potencialidades, já comprovadamente experimentadas pelo nosso povo irmão, Brasil. Cada vez mais surgem nas academias do saber, estas que deveriam ser os últimos bastiões de defesa da língua, ataques ferozes por parte dos deslumbramentos anglo-saxónicos, muitas vezes impostos por responsáveis académicos que nada mais têm que vaidade e paradoxalmente alguma fraca auto-estima e/ou dificuldade argumentativa em defender aquilo que mais deveríamos amar em Portugal, a sua bela Língua!! Num mundo lusófono em crescendo, onde as relações económicas têm vindo a galopar entre os seus pares, onde o reconhecimento internacional perante a Língua Portuguesa tem sido inquestionável, não faz algum sentido o berço dessa mesma língua perpetuar ataques contra a sua génese. Deveria sim ser também uma estratégia do actual Governo a dinamização do valor que é o Português no Mundo, através do seu reconhecimento oficial em fóruns e organismos internacionais e pela adopção de uma estratégia no seio da CPLP do ensino do português de forma sustentada e eficiente.
Se este Governo quer efectivamente implementar reformas, que as faça inclusivamente no Ensino Superior e regule e fiscalize o sector convenientemente (duas atribuições em que também aqui o Estado tem falhado), terminando com o rega-bofe do CRUP e das autonomias que têm obrigado a resvalar tanto a importância da língua portuguesa, como do interesse estratégico de licenciaturas e demais cursos superiores tão necessários no nosso mercado de trabalho (com os resultados no desemprego e emigração a que diariamente assistimos) para a valeta das nossas prioridades.
Por tudo isto e por se manter fiel às suas origens, à sua cultura e ao seu desígnio, felicito vivamente a Universidade de Coimbra que prefere ensinar estrangeiros a aprender português que toldar portugueses para falarem em inglês!!
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