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sexta-feira, outubro 13, 2006

Recuperação do Centro Histórico de Évora

Saiu recentemente uma notícia na imprensa diária referindo que a edilidade eborense pretende auxílio por parte do Governo para a recuperação de casas no seu centro histórico. Até aí tudo bem! Não posso deixar de concordar com a inegável quantidade de imóveis que se encontra em elevado estado de degradação. Outros mesmo estão em ruína! Aliás, a Câmara Municipal de Évora fala em 600 casas num total de 3600 do perímetro amuralhado, nessa condição.

De qualquer forma, julgo ser legítimo, enquanto eborense, questionar alguns dos novos imóveis que teimosamente brotam no nosso centro histórico, sob a capa da modernidade e desenvolvimento económico-social da cidade. São eles:

1º - Prédio adjacente ao edifício de S. Domingos, junto ao parque de estacionamento do Garcia de Resende. Questionável para mim, sem dúvida alguma, a volumetria e altimetria do edifício;

2º - Novo hotel situado na antiga fábrica da Melka. Questões de altimetria ligadas à proximidade com o aqueduto;

3º - Novo edifício no Largo dos Penedos. Questiono a sua fachada Este (virada para o largo), com muito pouco da traça arquitectónica existente e a nova porta que está prevista abrirem na muralha, para usufruto privado;

4º - Novo condomínio na antiga cerca de St.ª Mónica. Não lhe reconheço continuidade arquitectónica e urbanística compatível com a existente no centro histórico;

Estes, quiçá banais exemplos ( emprego banais, pois no passado tivemos dantescos exemplos, como foram o Hospital Distrital de Évora, o Centro Comercial Eborim e o Edifício de St.ª Catarina, este ainda assim menos impetuoso que os 2 primeiros), provam no meu entender o total e inexplicável desinteresse da edilidade eborense pelo património arquitectónico inserido num conjunto urbano significativo, conhecido vulgarmente como centro histórico. Ora, não pode a CME, desdenhar um particularismo da cidade que lhe mereceu inclusivamente o título de Património da Humanidade. Aos poucos e poucos , sem grandes radicalismos construtivos, a CME vai permitindo a interesses imobiliários uma desarticulada , empobrecedora e irreversível alteração da teia urbana do centro histórico, com toda a riqueza da homogeneidade dos seus prédios, da nobreza dos materiais construtivos e da alteração da emblemática sinuosidade citadina.

Não entendo esse móbil, ou pelo menos essa passividade de uma câmara com tantos técnicos de património e arquitectos!!!!

Obviamente que com estas considerações, muitos de vós julgar-me-ão um fervoroso e indeflectível adepto do património, avesso ao desenvolvimento da cidade e seu progresso sócio-económico. Mas entendo sim, que o reconhecimento da nossa especificidade urbanística e arquitectónica nos fará lucrar mais, pois tendo a cidade organizada e valorizada do ponto de vista do seu património, mais visitantes teremos para usufruirem da portentosa beleza de Évora. Quanto mais cuidados tivermos e exaltarmos a nossa diferença, mas cobiça teremos de quem nos quer visitar. Logo, mais recursos acabamos por captar!

2 comentários:

  1. imprensa regional
    Noticías Locais:
    http://www.ciborrenses.com/
    Alentejo Desportivo:
    http://www.ciborrenses.com/Desporto.html
    Valenças Sport Club:
    http://www.ciborrenses.com/Valencas_S.C.html
    Divulgue:
    http://www.ciborrenses.com/Divulgue.html

    Continuação de um bom trabalho em prol do Alentejo...
    Galego Junior

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