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terça-feira, maio 11, 2010

Concursos públicos em Chaves(arqueólogo), uma farsa

Recentemente tive a tentação de me candidatar ao município de Chaves, visto este estar a solicitar para concurso 3 vagas de arqueólogo. Ora este era um lugar que se encaixava perfeitamente na minha formação académica. Daí vai e enviei o meu processo de candidatura para o efeito. Sou entretanto chamado para ir a uma entrevista de avaliação de competências  mas, como sei que na esmagadora maioria os concursos para institutos públicos e autarquias estão previamente inquinados e destinados a amigos, familiares ou correlegionários de partido, tive a preocupação de falar com alguns amigos, alguns dos quais da área de Chaves. Logo à partida fiquei com receio da existência de mais um caso de imoralidade e aproveitamento de recursos públicos para proveitos individuais. Curioso ou não os três nomes que me soaram com grandes chances de conquistarem o almejado lugar, vieram a confirmar-se. Como já ando neste infeliz circuito há uns consíderáveis anos e nunca tive, nem desejei ter padrinhos, achei prudente nem sequer ir à dita entrevista, assim sempre poupava o dinheiro da deslocação daqui até Chaves(cerca de 1000kms, ida e volta), mais alojamento de uma noite e a alimentação correspondente a 1 dia e meio de estafa. Mas, infelizes de alguns(23 candidatos excluídos), ainda com uma réstia de esperança na impacialidade e equidade do dito concurso, que foram até Chaves dos mais díspares pontos na procura do seu eldorado, da sua réstia de esperança num país descrente, depauperado e sem princípios. Contudo, foram infrutífera e dispendiosamente, pois os lugares estavam efectivamente destinados. Tenho 4 argumentos a apontar para dizer com a frieza que patenteio que estes lugares de arqueólogo estavam já selectivamente escolhidos.

1º - A coincidência de saber de antemão quais seriam os vencedores do dito concurso, sem saber como correu a badalada entrevista de avaliação de competências;

2º - A escolha por parte do júri do concurso em optar pelo peso 60% para a avaliação de competências e 40% para a avaliação de currículos. Desta forma a margem para se escolher quem quiser é muito mais folgada do que se tivesse feito o contrário e com total sentido, pois não é num dia, que pode correr mal a um candidato, que se avalia as suas competências, descriminadas detalhadamente pelos anos de trabalhos no seu CV. Com isto, quero dizer que me parece sempre mais importante dar maior peso ao CV do que à cita entrevista, ainda que o contrário permita maior folga ao júri para arbitrariamente seleccionar quem desejar.



Assim não vale a pena mesmo lutar por um país melhor. Quando até as candidaturas( porque vai-se generalizando a lógica da nomeação política) públicas que, em teoria são imparciais e preferem a qualidade dos curriculos e os desempenhos dos seus candidatos, conseguem desvirtuar este conceito, para adulterar a selecção dos candidatos, sente-se muito que o ar que se respira em Portugal é o do compadrio, do facilitismo, das contrapartidas, tudo isto em contradição com a promoção do mérito, da equidade, do esforço e do empenho. Mas depois há quem se queixe que muitos bons quadros saem de Portugal por falta de oportunidades!!
Nem falo por mim, falo por um punhado de candidatos com um excelente e já longo currículo que foram preteridos por outros com menos experiência e/ou supostamente amigos ou conhecidos dos avaliadores do concurso!! Até poderiam provar ser bons, no entanto a escolha pública não se deve compadecer com este tipo de critérios subjectiva ou tendenciosa, mas sim deveria ser objectiva e reger-se pelos dados que se tem em mãos, criados de forma justa e imparcial, no caso da entrevista de avaliação de competências.
Se os candidatos vencedores têm princípios, que dêem um exemplo cabal dessa verticalidade, renunciando à classificação que o júri se prepara para publicar, provocando com isto um novo processo concursal e dando um exemplo de lucidez, de ombriedade e seriedade a toda uma classe que se encostou a esta praxis, a banalizou e a tomou como um procedimento a ter como regra. Bem sei que este passo é como que uma gota num oceano, no entanto, o Mundo e a Natureza fazem-se de pequenos passos..deixem-nos sonhar, por isso, com um Portugal melhor e mais justo!!

4 comentários:

  1. Olá!!
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  2. Infelizmente, essa é uma verdade indesmentível. Diariamente o comprovamos nos telejornais...mas ainda assim, muito lamentável.

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  3. Infelizmente é assim que se exerce o poder em Portugal. O nepotismo e o compadrio continuam a minar a administração pública, mascarados por procedimentos concursais aparentemente transparentes.
    Ao entrar o filho do amigo ou do empresário cria-se um favor que mais tarde será retribuído. Ao mesmo tempo, contrata-se um técnico que muito dificilmente emitirá um parecer desfavorável perante uma qualquer decisão política. Desde a junta de freguesia ao governo, estabelecem-se teias de cumplicidade apenas desmascaradas pela divulgação pública de escutas telefónicas ou de correspondência.

    Melhor sorte para o próximo concurso.

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